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Ativista encara frio de 3°C para defender legalização da maconha

FERNANDA EZABELLA ENVIADA ESPECIAL A DENVER (COLORADO)

A ativista Betty Aldworth coloca suas luvas de inverno e começa seu penúltimo dia de campanha pela legalização da maconha no Estado do Colorado. São 7h30 e faz 3ºC numa das esquinas mais movimentadas da cidade de Denver. Ela agita por duas horas um cartaz laranja e recebe buzinas em apoio.

"Estamos cautelosamente otimistas", diz Betty. Ela é uma das diretoras do referendo da emenda 64, que pretende fazer da maconha uma droga controlada e taxada como álcool, vendida em lojas para maiores de 21 anos.

O Colorado tem a regulamentação mais eficiente e pró-lucro entre os 16 Estados que permitem maconha medicinal, ao contrário, por exemplo, da Califórnia, onde cada condado tem sua lei.

"Denver não será uma nova Amsterdã. As lojas serão como lojas de bebidas alcoólicas, e não coffee shops", afirma a ativista, acrescentando que levaria ao menos um ano para ver estabelecimentos do tipo funcionando.

Outros dois Estados votam hoje medidas parecidas, Washington e Oregon, embora a droga continue sendo considerada de alto risco pelo governo federal, que ainda não se pronunciou sobre os plebiscitos. Pesquisa do "Denver Post" divulgada anteontem mostrou que 50% dos entrevistados votariam "sim", ante 44% "não".

"Será o maior ataque contra a guerra às drogas em 40 anos, desde que Richard Nixon a iniciou", diz Brian Vicente, outro diretor da campanha. "Muitas pessoas acima dos 65 anos, que têm algum tipo de lembrança da época da proibição [do álcool], nos apoiam e não precisam da nossa pressão para ir votar. Mas os jovens precisam", completa.

Colorado possui cerca de 500 lojas de maconha medicinal, que renderam ao Estado em 2011 o equivalente a R$ 20 milhões em impostos. Se aprovada a lei, as lojas atuais não precisarão pagar mais imposto, e os donos terão preferência e desconto para abrir estabelecimentos da droga para uso recreativo. Mas nem todos seguirão esse caminho.

"Com a legalização, haverá uma produção em massa, e a qualidade deve cair. Quero continuar com meu produto de qualidade e ver como o governo federal vai reagir", disse Kayvan Khalatbari, que abriu o Denver Relief há quatro anos e tem cerca de 2.000 clientes por mês.

Como muitos defensores da causa, votará para presidente no "nanico" Gary Johnson, favorável à legalização.


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