Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Especial

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Futuro no passado

Parte do imaginário ocidental, casas inteligentes estão presentes em filmes, desenhos e livros

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Deckard chega em casa, e um sistema de identificação por timbre de voz pede para reconhecê-lo. Ele caminha pelo apartamento, e as redes de luz e de som são ligadas sem intervenção.

A cena é de "Blade Runner", um clássico do cinema de ficção científica que, em 1982, imaginava como seria Los Angeles em 2019. Mas não está muito longe do que pode ser feito hoje em São Paulo nas casas com os sistemas mais sofisticados de automação residencial.

Com seus "replicantes", androides quase humanos, o filme de Ridley Scott é uma das muitas visões que a cultura ocidental já teve do futuro. E, sem o exagero de obras de outros autores, uma das mais marcantes.

"Essa inventividade tecnológica já estava na obra original de Philip K. Dick, mas foi amplificada no filme, principalmente em artefatos de comunicação e de vigilância", opina Adriana Amaral, professora de pós-graduação da Unisinos e autora do livro "Visões Perigosas: Uma Arquegenealogia do Cyberpunk".

Para Fabio Fernandes, pesquisador de cibercultura e professor PUC-SP, "o barato do filme do Ridley Scott foi captar o 'zeitgeist' [espírito do tempo]; não há mais 'Os Jetsons', a visão estereotipada de futuro. A máquina é pano de fundo, o cara entra na casa e pensamos que toda aquela automação é natural".

"Daí vem a questão: estamos confundindo o virtual com o real?", pergunta, para responder logo em seguida: "A distinção não existe mais há muitos anos; hoje, temos a internet das coisas, que liga os objetos cotidianos à web e os automatiza. Casas inteligentes já são artefatos cotidianos comuns. Não duvido que 'replicantes' também, já que androides já são bastante comuns na realidade do Japão, por exemplo".

Georgia Natal, da Universidade Tuiuti do Paraná e que estuda automação residencial, também crê nisso:

"Tecnologia e futuro estão no imaginário ocidental representando medos, frustrações e fantasias. Muito do que há décadas achávamos ser ficção, hoje usamos com naturalidade, como telefones móveis, imagens holográficas, conversas por vídeo."


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página