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Análise
Na TV, rainhas do Carnaval dão lugar a estudiosos da igreja
KEILA JIMENEZ COLUNISTA DA FOLHAA maioria das emissoras ainda editava os melhores momentos da noite de Carnaval quando os noticiários e plantões ganharam um novo samba-enredo. O papa Bento 16 anunciou em discurso oficial, por volta das 8h30, que vai renunciar ao pontificado.
Após a correria de noticiar no susto a decisão, jornalísticos matinais e da hora do almoço ganharam novo rumo.
Adeus especialistas em alegorias e closes nas rainhas da folia. Teólogos e estudiosos da Igreja Católica tomaram conta dos noticiários na TV.
Os desfiles das escolas de samba do Rio, que normalmente ocupariam cerca de 50% do "Jornal Hoje", da Globo, perderam espaço para uma cobertura detalhada da renúncia do papa, com correspondentes locais acionados e analistas de plantão.
Distante da cobertura do Carnaval, a Record noticiou a renúncia em seus primeiros telejornais, como o "Fala Brasil", mas sem comentaristas.
Com quase todas as suas equipes técnicas e de jornalismo focadas no Carnaval da Bahia, Band e SBT noticiaram a renúncia em breves plantões ao vivo e deixaram a cobertura mais detalhada para os noticiários noturnos.
Na TV paga, a GloboNews mostrou agilidade. Engavetou especiais de Carnaval e dedicou toda a sua manhã à cobertura ao vivo do anúncio. O canal teve alguns problemas técnicos em conversas com correspondentes via telefone, mas conseguiu levar bons especialistas ao estúdio.
A mesma agilidade não foi vista na Band News, que manteve no ar uma receita de torta, em vez de acompanhar por mais tempo uma das mais surpreendentes notícias envolvendo a Igreja Católica.