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Prancheta do PVC

PAULO VINÍCIUS COELHO

O técnico inquieto

O sucesso do Atlético não é só de Cuca, é óbvio. Mas ele leva pontos por causa de sua inquietude

"O meu time joga no 3-4-3!"

Cuca falava assim, com orgulho, quando dirigia o Botafogo, líder do Campeonato Brasileiro no primeiro turno de 2007. O time se movimentava incansavelmente. O camisa 2, Joílson, chamado por muitos de lateral-direito, nunca jogou nessa função. Era um dos meias de ligação, mas com a obrigação de voltar pelo lado do campo para marcar o ala adversário.

Hoje, Cuca segue a moda do 4-2-3-1, mas com variações. Basta Pierre ou Richarlyson recuar e aquele sistema que Cuca apelidava de 3-4-3 volta a existir.

O Atlético joga o futebol mais bonito do Brasil e o mais eficiente da fase de grupos da Libertadores. Na quarta-feira, pode eliminar o São Paulo ainda na fase de grupos.

Cuca luta agora contra o tabu de o melhor time do início do torneio continental não chegar ao título desde 1996, quando o River Plate de Ramón Díaz foi campeão. O Cruzeiro de Cuca foi o melhor da primeira fase em 2011 e eliminado nas oitavas de final. O São Paulo com Cuca teve a segunda melhor campanha em 2004. Caiu nas semifinais.

Cuca briga também para acabar com a pecha de não conquistar títulos. A fama deixa de ser verdadeira quando se lembra que o Atlético foi campeão mineiro ano passado e Cuca dirigiu o Flamengo campeão brasileiro de 2009 durante um terço da campanha.

Telê Santana foi chamado de pé-frio entre a derrota do Brasil para a Itália, em 1982, e o título brasileiro do São Paulo, em 1991. Um ano depois de se livrar dessa má fama foi campeão da Libertadores e mundial interclubes.

Outra etiqueta está aos poucos descolando da testa do técnico do Atlético: a de ser neurótico. Havia depoimentos de que entrava no vestiário chutando copos e reclamando de todos. Tinha problemas de relacionamento. "Não sei de onde veio essa fama. No Atlético, nada disso jamais aconteceu", jura um integrante da comissão técnica.

Há muita gente que não merece o rótulo de acomodado, aplicado de modo generalizado a toda a classe dos treinadores do país. Tite está fora disso, Mano Menezes viajou à Europa para acompanhar o trabalho de outros treinadores depois de sair da seleção. Cuca certamente é um dos que não merecem esse adesivo.

Seu Atlético muito menos.

Movimenta-se, tem velocidade, joga compacto e utiliza as melhores características de seus jogadores.

Como Tite no Corinthians, Cuca tem no Galo um ingrediente que diversos outros treinadores nunca tiveram à sua disposição: tempo. Está no cargo há 20 meses e em agosto pode completar dois anos sem perder uma única partida como mandante. O sucesso do Atlético não é só de Cuca, é óbvio. Mas ele leva pontos por causa de sua inquietude.

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EVOLUÇÃO

Confiança não é tudo, mas é parte da explicação para as atuações de um time. Souza, do Palmeiras, é a prova. Ontem, atuou bem e deu passe para gol. Vinícius cresce a cada jogo. O Palmeiras joga compacto. É preciso medir a fragilidade do Guarani. Mas o Palmeiras está melhorando.

HORRÍVEL!

Inquietude nem sempre é mérito. Nas marcas esportivas, às vezes irrita a tentativa de mudar os uniformes todos os anos. A camisa nova do Corinthians, com números cinzas quase invisíveis em vez dos pretos, dá impressão de velhice. Parece camisa de time dos anos 50. Era muito melhor antes.


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