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Foco

Aos 14, Iniesta foi ignorado por marcador do Vitória-BA

RAFAEL REIS DE SÃO PAULO

"Antes do jogo, cheguei para o Leandro Bonfim, que era o nosso camisa 10, e falei para ele marcar o 4. O Leandro disse: Professor, ele, que é volante, tem que me marcar'."

Em 1999, lembra Mário Morais, técnico do Vitória sub-15 na época, Leandro Bonfim, 15, era tratado como craque, futuro astro da seleção.

O tal do camisa 4, relembra, era um menino pequenininho, franzino, "que não passaria em nenhuma peneira no Brasil por causa do corpinho", mas que carregava a braçadeira de capitão do Barcelona. "Era o Andrés."

Os conselhos de Morais de nada adiantaram. Leandro Bonfim não se preocupou em marcar o camisa 4 e nem conseguiu armar o Vitória.

Já o menino de 14 anos, que só dois anos antes havia derrubado um mar de lágrimas de saudades ao chegar ao aclamado CT da base do Barcelona, acabou com o jogo.

Foi Andrés que partiu do meio de campo, tabelou, driblou dois adversários e deu o passe para o primeiro gol do Barcelona no 2 a 0 sobre o Vitória, que classificou os catalães para a final da Nike Premier Cup sub-15, na Espanha.

Na decisão, marcou no último minuto o gol que deu o título ao Barcelona sobre os argentinos do Rosario Central (2 a 1). Além do troféu de campeão, levantou o prêmio de melhor jogador do torneio.

A taça deve estar esquecida em algum canto da sua mansão em Barcelona, escondida entre as réplicas de três Copas dos Campeões, duas Euros e uma Copa do Mundo (a de 2010, também com gol do título) que conquistou.

Andrés virou Iniesta, o segundo melhor jogador do mundo em 2010 e terceiro em 2012. O craque da Espanha, a seleção mais vitoriosa da atualidade, é coadjuvante de luxo de Messi no Barcelona.

Já Leandro Bonfim, que nunca se firmou em clubes grandes e disputou o último Estadual do Rio pelo Audax, ainda tenta justificar por que não marcou aquele camisa 4.

"Falei aquilo porque a gente jogava no mesmo esquema e eu tinha que ir para o ataque também. Ele era volante, o normal seria me marcar."

O treinador do Vitória prefere guardar boas recordações daquela tarde e se orgulha de ter visto um craque ainda em estado bruto.

"Garotos normalmente falham demais, mas ele não, acertava todos os passes. O Iniesta ganhou o campeonato sozinho", diz Morais.


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