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Precursor produziu 50 páginas sobre Brasil campeão do mundo

DO COLUNISTA DA FOLHA

O livro "Os Números do Jogo" conta qual foi o bem mais valioso produzido pelo precursor na Inglaterra da utilização da estatística no futebol, Charles Reep.

Foram 50 páginas de desenhos representando toda a movimentação da bola durante toda a decisão da Copa do Mundo de 1958, entre brasileiros e suecos.

Reep costumava ir às partidas noturnas usando um capacete de mineiro, com lanterna, para poder enxergar suas anotações.

O livro "Inverting the Piramid", de Jonathan Wilson, tem um desenho da seleção do Brasil na primeira Copa conquistada pelo país.

Não da movimentação completa, como propunha Charles Reep.

Mas especialmente de Zagallo, um ponta que recuava, no Mundial da Suécia, diferentemente do meia que avançava, na Copa do Chile, quatro anos mais tarde.

Wilson descreve a influência da seleção da Hungria de 1954 naquela equipe, porque seu técnico, Vicente Feola, foi auxiliar-técnico do húngaro Bela Gutman, no time do São Paulo em 1958.

"Nos dois casos, um dos cinco atacantes recuava. Na Hungria, o centroavante Hidegkuti. No Brasil, o meia Didi", afirma Wilson

Em 2005, o então técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira, mostrou desenhos produzidos por ele próprio e por Zagallo sobre o posicionamento da seleção brasileira em 1958.

Na imagem produzida por Parreira, Zagallo recuava, como nos desenhos de Wilson, em "Inverting the Piramid".

No campo projetado por Zagallo, ele se posicionava como ponta, sempre em busca do ataque.

PIONEIRISMO

Foi em 1985 que o Datafolha montou, pela primeira vez, um grande departamento de estatísticas para estudar os números do futebol.

"Era para o futebol e para as eleições", lembra o jornalista Paulo César Martin, da TV Globo, estudante do 1º ano de Jornalismo na época em que chegou à Folha. A ideia era montar um grande banco de dados e publicar material estatístico vasto na Copa-86.

O Datafolha tinha cerca de cem profissionais, e grupos de seis jornalistas iam aos jogos. "Eu não piscava. Minhas mãos suavam. No estádio, não podíamos perder nada", diz Martin, que se lembra de colegas deliciando-se com a novidade e outros, conservadores, torcendo o nariz.

"Fizemos um simulado na final do Mundial sub-20. O Brasil venceu por 1 a 0 na prorrogação, mas fizemos apenas os 90 minutos", lembra. No dia seguinte, percebeu o que uma leitura mal feita das estatísticas pode produzir. Um editor desavisado usou o teste na Folha: "Brasil empata por 0 x 0", dizia o texto.


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