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Juca Kfouri

Vergonha na cesta

O desempenho da seleção brasileira de basquete na Copa América revela que o problema está além do time

SEGUNDO ESPORTE mais popular do país, segundo pesquisa recentemente revelada pelo Ministério do Esporte, o basquete brasileiro acaba de passar por inédito vexame na Copa América: jogou quatro jogos e perdeu todos, o que significou ficar fora, pela primeira vez, de um Campeonato Mundial, no qual quintetos brasileiros foram bicampeões em 1959/63.

Os culpados seriam os seis jogadores brasileiros da NBA que desfalcaram o time pelos mais variados motivos.

Oscar, o Mão Santa, em seu patriotismo acrítico, não os poupa, porque, para ele, defender as cores nacionais é um privilégio do qual não se abre mão. Sócrates, que, de tão alto, poderia ter sido jogador de basquete, crítico como sempre foi, achava o mesmo.

Rubén Magnano, o extraordinário treinador que reconduziu o basquete brasileiro à Olimpíada e que agora comandou o papelão, saiu de seus cuidados diplomáticos, assumiu sua responsabilidade, mas não poupou os que pediram dispensa.

É difícil culpar quem ficou de fora por alegar estar machucado, precisar de férias ou cumprir seus compromissos contratuais com quem lhes paga.

O que Magnano não pode dizer é o óbvio: que a Confederação Brasileira de Basquete não tem credibilidade alguma, nem representatividade, nem muito menos competência para convencer certas estrelas de se sacrificarem em seu benefício.

Será possível argumentar dizendo que o Brasil deveria estar acima disso tudo, algo que só quem está na cabeça do garrafão pode avaliar. Porque tão fácil como converter uma bandeja livre de marcação é exigir sacrifício com as pernas alheias. Difícil é perder até para a Jamaica.

Sem se dizer que há quem jure que as estrelas da NBA não se deram bem com os métodos de Magnano, de resto um problema comum entre jogadores e técnicos, a ponto de ter jogadoras do campeoníssimo vôlei que têm queixas do magnífico vencedor José Roberto Guimarães.

A CBB é tão nebulosa e inexpressiva que vive mergulhada em escândalos apesar de receber incentivos públicos como nunca, incapaz, como bem aponta o ex-craque Marcel, de manter o estilo do que um dia foi a nossa vitoriosa escola de bola ao cesto --e o basquete não está assim chamado aqui por acaso-- a que imortalizou gigantes como Amaury, Wlamir, Rosa Branca, Angelim, Algodão, Ubiratan, tantos.

Agora, sentada sobre sua mediocridade, a CBB espera um convite salvador da Fiba para poder manter a tradição de jamais ter faltado a um Mundial.

Por mais que o vizinho Edgard Alves trate com mais sabedoria dos ditos esportes olímpicos neste espaço, o ex-cestoboleiro que insiste em conviver comigo se julgou obrigado a manifestar sua indignação com o que estão fazendo, no Brasil, com um esporte tão apaixonante.


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