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Todo mundo marca

Pressionar a saída de bola é só uma das ações orquestradas por Tite, que mostra na prancheta como joga o campeão da América

DE SÃO PAULO

Tite aceitou o pedido, pegou a prancheta e começou a rabiscar. "O essencial é posição e função. Não gosto de quebrar a mecânica da minha equipe, fazemos o adversário quebrar a mecânica dele. É uma queda de braço", diz o treinador, enquanto surgem no campinho seus laterais, zagueiros e volantes.

Em poucos dias, ele terá o desafio de manter o mesmo padrão de eficiência que se viu na campanha da Libertadores há cinco meses, superando o frio japonês e diferentes culturas do futebol.

Marcar é uma das palavras que definem melhor o esquema 4-2-3-1 do time, detalhado na prancheta por Tite, mas sem citar os atletas. "Esse ataca menos, esse ataca mais. Esse é um cara que se mantém mais, para dar sustentação", afirma, enquanto aponta as posições de Alessandro, Fábio Santos e Ralf.

Na frente, quatro jogadores: dois meias e dois atacantes pelos lados. A opção pelo centroavante Guerrero vai depender de sua recuperação.

No lado esquerdo geralmente está Emerson, com toda a liberdade para avançar. Na direita, Danilo, um pouco mais contido, ao lado de Douglas, o camisa 10 corintiano.

Paulinho, no meio, é a chave do time. Tite desenha o volante que normalmente marca e sai para o jogo, mas também vira um meia -a linha pontilhada representa uma variação tática, o 4-1-4-1, quando a situação aperta.

Ele a testou domingo, contra o São Paulo. Guerrero saiu machucado e foi substituído por Jorge Henrique. Paulinho virou um meia, e o Corinthians foi todo ataque. Perdeu um jogador e o jogo.

"Aprendemos que, com um jogador a menos, não podemos marcar assim", disse o técnico, referindo-se à expulsão de Jorge Henrique.

O sistema defensivo, como já disse há semanas, está mais do que definido. As variações começam mesmo no ataque. Com Martínez e Romarinho no banco, Tite ganha opções de velocidade para o segundo tempo. Danilo e Emerson vivem trocando posições, o que ajuda a abrir brechas na zaga.

"Invariavelmente seis atacam e quatro ficam para retirar o contra-ataque adversário. É o que chamamos de 'atacar marcando'", diz o técnico, enquanto escreve no alto da página, à direita.

Em outras palavras, não importa o rival, o objetivo é sempre levar o jogo ao seu ritmo, dominar o tempo.

"As individualidades te mostram o conjunto. A minha esposa é o termômetro. Ela me diz: 'Os jogadores já estão com o seu discurso'", conta.

Na prática, diz Tite, os momentos decisivos dependem de algo mais. "Os lances que decidem o jogo são aqueles em que você não pensa, são muito rápidos, automáticos. Rapidez de raciocínio e execução. O treino te dá isso."

INTENSIDADE

Os jogadores que buscarão o segundo Mundial do Corinthians há dois anos escutam o mesmo mantra do treinador: concentração, intensidade, humildade e ambição -a resposta estava na ponta da língua de Danilo, Paulinho, Cássio e Paulo André.

"Tem que ser humilde para marcar o rival. Com a bola, tem que ser audacioso, agressivo, tem que querer. Não tem que ficar com medo do sucesso, do título", diz Tite.

Paulo André explica a famosa intensidade de Tite. "Se você não está concentrado, não tem intensidade. É o seu duelo, no momento em que a ação está em você", afirma.

O Vasco tinha acabado de perder do Corinthians no Brasileiro e Juninho desabafou. "É incrível, mas os caras não conversam", disse o vascaíno, referindo-se aos rivais.

O zagueiro concorda. "Sim, a gente sabe tudo o que tem que fazer. Tudo é muito bem sincronizado", diz.


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