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Novo critério de seleção revolta e acua jogadores

VÔLEI DE PRAIA
Confederações agora indicam quem disputa competições

FÁBIO SEIXAS DO RIO

Receio de falar. Temor de represálias. Pedidos de anonimato na linha do "pelo amor de Deus". Atletas pensando em largar o esporte, outros já decididos a isso.

Um cenário que ultrapassa fronteiras. De Fortaleza, um jogador forçado a parar afirma que "não é mais aquele esporte gostoso de jogar".

No Rio, um atleta em atividade diz que "hoje a gente vive clima de total repressão".

Dos EUA, a tricampeã olímpica Kerri Walsh crava: "Não há nada positivo nisso".

Isso é o novo sistema da FIVB (Federação Internacional de Vôlei) para selecionar os atletas para o Circuito Mundial de vôlei de praia.

Em 2013, a federação adotou o formato de seleções. Só convocados, indicados pelas confederações nacionais, podem representar seus países.

Até 2012, as vagas eram dadas de acordo com o ranking.

Atletas dizem que o novo formato abre brecha para ingerências políticas e acusam a CBV (confederação brasileira) de falta de transparência.

"Eu não veria problema nenhum se a gente soubesse qual é o critério para estar lá", diz atleta alijado da seleção.

Ele pediu "pelo amor de Deus" para não ser identificado por temer represália.

Apesar de ter três filhos nas seleções, a ex-jogadora Isabel critica a novidade. "O circuito tem um ranking que é justo. Qual é o critério agora? Ninguém sabe. Acabaram com a meritocracia. Hoje me sinto desconfortável de pertencer a este esporte", afirma.

Ouro em Pequim-08 e penta do Circuito Mundial, Todd Rogers (EUA) diz não entender o porquê da mudança: "Estamos frustrados pois ninguém responde à pergunta: 'Por que isso?'".

No Brasil, o sistema ainda restringe o campo de trabalho de técnicos e preparadores físicos, já que os treinos são no CT de Saquarema (RJ).

Um caso de busca por novos ares é o de Juca Dultra, que por 17 anos jogou o circuito profissional e agora é corretor de imóveis. "Tornou a profissão inviável. Os jogadores estão presos. Não falam nem opinam, com medo de não chegarem à seleção."

Ary Graça, presidente da CBV e da FIVB, disse que só vai se pronunciar após reunião com atletas insatisfeitos, dia 9. Sobre o critério, a CBV diz que "funciona da mesma forma como em qualquer esporte" e comparou com as seleções de futebol e basquete, que não usam rankings.


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