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Criação de Stravinsky inicia temporada de óperas

DE SÃO PAULO

O russo Igor Stravinsky (1882-1971) firmou-se no século passado como ícone da vanguarda. Experimentou a politonalidade e rejeitou fórmulas da música erudita.

Mas, com "The Rake's Progress", sua obra parece retornar ao classicismo. Pode se tratar de mera maquiagem, no entanto, uma vez que a pesquisa de Stravinsky ancorou-se também em questões de metalinguagem.

A estreia da obra ocorreu em 1951, em Veneza. A abertura, uma fanfarra, introduz a história do libreto escrito por W. H. Auden e Chester Kallman, inspirado em pinturas de William Hogarth.

Tom Rakewell, o protagonista, inicia um romance com Anne Trulove, mas a abandona ao conhecer Nick Shadow, espécie de diabo que quer comprar sua alma. Nick o convence a acompanhá-lo em uma aventura por Londres, atrás de dinheiro e prazeres, condenando-o à insanidade.

A direção de Jorge Takla firma a ópera em contexto pós-industrial, com uma imensa porta de aço, no modelo usado em garagens e bancas de jornal, delimitando uma divisão agressiva sobre o palco.

O elenco, quase totalmente brasileiro, é acompanhado pela Orquestra Experimental de Repertório e pelo Coral Paulistano, sob a regência de Jamil Maluf.


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