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Análise - Cinema

Histórias de Leonard têm diálogos imbatíveis

Livros do autor, que começam a mil por hora, parecem feitos sob medida para as telas e atraíram diretores talentosos

ANDRÉ BARCINSKI CRÍTICO DA FOLHA

Mais de 20 filmes foram adaptados de livros e histórias de Elmore Leonard, com resultados diversos.

Alguns cineastas conseguiram captar o humor e o ritmo fluido dos seus diálogos, como Quentin Tarantino ("Jackie Brown", 1997) e Barry Sonnenfeld, no divertido "O Nome do Jogo" (1995), em que John Travolta faz o gângster Chili Palmer, que sonha em fazer carreira em Hollywood.

Em "Jackie Brown", adaptado do romance "Rum Punch", Tarantino manteve a história central de uma aeromoça, Jackie Burke, que transporta dinheiro para um traficante de armas. Mas transformou a personagem principal de uma mulher branca em negra, e pôs no papel a ótima Pam Grier. Já Steven Soderbergh foi fiel ao livro "Out of Sight" ao dirigir "Irresistível Paixão" (1998).

O que atraiu tantos diretores talentosos aos livros de Leonard? Em primeiro lugar, o próprio estilo do escritor, que gostava de histórias simples e que já nasciam a mil por hora, sem delongas ou prólogos arrastados.

Leonard escrevia grandes personagens, tinha um talento inigualável para diálogos, ótimo senso de humor, e não perdia tempo com o que não interessava. "Tento deixar de fora partes que os leitores tendem a pular", era um de seus segredos para escrever bem, listados em artigo no jornal "The New York Times", em 2001. Outros itens da lista (veja na pág. E1) como "não entre em detalhes ao descrever lugares e coisas" parecem feitos sob medida para cinema.

Tarantino disse que Leonard foi o primeiro escritor que o marcou e que aprendeu a escrever diálogos lendo seus livros: "Ele deixava os personagens conversarem cobre coisas mundanas, aparentemente sem importância, e de repente, você estava no meio da história."

O autor de romances policiais Dennis Lehane ("Sobre Meninos e Lobos") disse que seu sonho era escrever diálogos como Leonard: "Ninguém põe o leitor dentro' de uma conversa como ele. É tudo tão fluido e realista que parece que você está escutando por uma fresta na porta."


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