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Vítima de estupro por Roman Polanski lança biografia
Escândalo sexual com Samantha Geimer, então com 13 anos, forçou exílio do diretor de 'O Bebê de Rosemary'
Não há grandes revelações em "The Girl", livro de memórias que Samantha Geimer acaba de lançar. Os detalhes da condenação do cineasta Roman Polanski na Justiça dos EUA por "sexo ilegal com uma menor de idade" e de seu exílio estão expostos há anos.
O que o livro oferece é a oportunidade de Geimer, 48, contar o seu lado. "Quando vejo o nome dele, sempre está acompanhado por 13 anos de idade'. E sou sempre eu", afirma a autora americana.
O livro é franco e chocante pela abordagem direta. Naquele dia de 1977, Polanski buscou Geimer em Los Angeles para uma sessão de fotos. Ela escreve que, ansiosa por agradar, fazia o que ele mandava: tomar um remédio sedativo, tirar a roupa. Em dado momento, ela pediu para ir para casa, mas não foi atendida.
"Estupro não era assunto de discussão. Imaginava que tivesse de envolver violência."
Quando o juiz do caso expôs a possibilidade de condenar Polanksi a 50 anos de prisão, o diretor fugiu dos EUA.
Em 2009, depois da exibição de um documentário sobre o julgamento, o diretor enviou um e-mail pedindo desculpas a ela. Geimer não respondeu, mas os dois mantiveram contatos esporádicos.
"Não somos amigos. Nos comunicamos por e-mail. Coisas pessoais apenas, nada sobre o que eu deva falar", diz a autora, que não enviou uma cópia do livro a Polanski.
Pelo resto da adolescência, ela bebeu, usou drogas e teve um filho aos 18 anos. "Muito do que fiz era para esquecer o acontecido." Depois casou, passou a levar uma vida normal, pontuada por paparazzi diante de sua casa.
Em 1998, Polanski e Geimer acertaram uma indenização de algumas centenas de milhares de dólares.
O diretor deveria ser autorizado a voltar aos EUA, diz Geimer. "Porque isso seria justo, a coisa certa".
