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Moda revê legado de estilistas e rompe de vez com o século passado

Saída de Marc Jacobs da Vuitton e rebeldia de Slimane marcam temporada histórica

PEDRO DINIZ COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O mercado da moda está disposto a repensar fórmulas e imagens que definiram a costura do século 20.

Histórica, a edição de verão 2014 da semana de moda de Paris terminou na quarta passada apontando os caminhos que as maiores grifes do mundo querem seguir.

O relógio da Louis Vuitton, no meio do desfile da grife no museu do Louvre, parou para Marc Jacobs. Ele deixa a casa após 16 anos marcados por colaborações com artistas plásticos e ideias que geraram bilhões para Bernard Arnault, o todo-poderoso do grupo LVMH, que controla a Vuitton, entre outras.

No baralho de Arnault está a Christian Dior de Raf Simons, que, para o horror dos puristas e a alegria das modernas, encurtou e recortou o "new look", uma das maiores invenções da moda do século 20.

Em meio a protestos do Femen e do grafiteiro Kidult, que picha lojas contra o consumo, o designer Hedi Slimane cutucou a ferida dos nostálgicos.

Diretor criativo da Yves Saint Laurent (que, sob o seu comando, mudou até o nome para Saint Laurent Paris), Slimane levanta a bandeira do "é preciso destruir para construir-se" e imprime na tradicional maison sua veia rocker.

O smoking feminino criado por Yves Saint Laurent está lá, mas, se nas mãos dele o look traduzia a força do feminismo no fim dos anos 1960, nas de Slimane simula certa androginia rebelde e sem causa, mesmo que a causa punk seja a referência.

"Onde estão os artistas?", gritam os inconformados com o novo "statement". Karl Lagerfeld responde com pinceladas de cor aplicadas sobre as roupas da Chanel e esculturas "artsy" (tudo que é ligado às artes) na passarela.

Prevendo o clima de luto que se seguiria à saída de cena de Jacobs, o showman Lagerfeld parece dizer que moda não é arte, e que, na moda, a arte é só embalagem.

O estilista adiciona ao portfólio da Chanel o "boy acessório". O escolhido foi o brasileiro Marlon Teixeira, que desfilou no meio das mulheres para lembrar à indústria que, no fim, tudo se resume a sexo, desejo e consumo. E que o melhor invólucro é, claro, sempre mais caro.


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