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Andaluzia inspira peças de Reinaldo Lourenço

PEDRO DINIZ COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No debate sobre como os estilistas podem traduzir elementos da cultura popular sem cair no escopo do regionalismo folclórico, Reinaldo Lourenço dá olé.

O estilista, que fechou a temporada de inverno 2013 da São Paulo Fashion Week, ontem (1), em desfile no teatro da Faap, em Higienópolis, foi buscar na região espanhola da Andaluzia a inspiração para a sua coleção, que escapa da caricatura.

As modelos vestiam uma alfaiataria ricamente adornada com arabescos - cortados a laser ou bordados sobre tecidos de tule, gabardine e zibeline -, que remetiam à arquitetura das construções de Sevilha, na Espanha.

O barroco e o decorativismo, como alguns iniciados na moda já sabem, é uma das grandes tendências das últimas temporadas.

E Lourenço ganha ao perceber no tema essa brecha que deve agradar às clientes.

TOURO E MOTO

A indumentária dos toureiros foi explorada em peças justas ao corpo e em faixas que marcam a cintura.

Já os babados das dançarinas de flamenco, populares nas festas andaluzes, foram aplicadas nos ombros.

O resultado deu-se um misto de força bruta e feminilidade, típico das construções de Lourenço.

Numa leitura rápida, os zíperes aplicados em boleros e na parte de cima dos jacquards e das peças de couro matelassado, podem ser entendidos como referências ao motocross, tema usado à exaustão pelo estilista em temporadas passadas.

Não que a relação esteja errada, mas, no caso desse desfile, a simples intervenção denota um tiro certeiro da obra do estilista.

Do zíper e das tiras de couro usadas como se fossem cortes de lança desferidos por um toureiro, Reinaldo cria sua moto-toureira.

A partir da figura dramática dessa mulher de sangue quente - aliado a uma senso estético feroz -, um dos maiores criadores do Brasil faz de seu desfile um grande acontecimento, com direito a salva de palmas da plateia.

O toureiro, na verdade, é o próprio Reinaldo Lourenço.


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