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Crítica Drama

Filme traça ácido paralelo entre Hollywood e a CIA

RICARDO CALIL CRÍTICO DA FOLHA

"Argo" são três filmes em um. Na primeira meia hora, é um drama político, baseado em fatos reais. Em protesto contra os Estados Unidos, iranianos invadem a embaixada americana em Teerã em 1979 e tomam dezenas de pessoas como reféns.

Seis funcionários fogem e se escondem na casa do embaixador canadense. O agente da CIA Tony Mendez (Ben Affleck) é convocado para a quase impossível missão de tirá-los com vida do país.

Até aí, "Argo" se parece com um típico filme político dos anos 1970, com tom levemente crítico ao governo americano, escolhido a dedo para dar credibilidade a um ator que se aventura na direção.

Mas, quando a indicação ao Oscar de melhor diretor parece encomendada, o filme dá uma guinada e, na meia hora seguinte, se torna uma sátira a Hollywood.

O agente convence o governo de que a melhor estratégia para tirar o grupo é inventar um filme canadense e fingir que os seis funcionários da embaixada formam sua equipe.

Com a ajuda de um maquiador e um produtor, Tony inventa uma superprodução a partir de "Argo", um tosco roteiro de ficção científica.

É o mote para Affleck fazer um ácido paralelo entre a arte da dissimulação de Hollywood e da CIA.

Na hora final, "Argo" se torna um thriller mais convencional, mas não por isso menos empolgante, focado na arriscada missão de Tony em Teerã, com um elogio à engenhosidade americana.

É preciso reconhecer que Affleck dirige os três filmes de "Argo" com grande eficiência, mas brilha sobretudo na sátira a Hollywood.

O fato de pular de um gênero a outro sem sobressaltos mostra que, em seu terceiro filme como cineasta, ele alcançou uma maturidade que jamais demonstrou como ator, nem mesmo em "Argo".


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