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Diretor é chamado de 'Obama da animação'

Aos 49 anos, Peter Ramsey é o primeiro afro-americano a assumir superprodução animada de um grande estúdio

Filme "A Origem dos Guardiões" subverte personagens clássicos como Papai Noel e o Coelhinho da Páscoa

RODRIGO SALEM ENVIADO ESPECIAL A CANNES

Ao assumir a direção de "A Origem dos Guardiões", Peter Ramsey, 49, sabia que estava quebrando paradigmas.

Não por ser o primeiro cineasta negro americano a assumir um projeto milionário de animação bancado por um grande estúdio. Mas por tomar a decisão de reimaginar um Papai Noel de sotaque russo e tatuado.

"Sei que nem todo mundo vai aceitar essa visão", conta Ramsey depois de mostrar as primeiras imagens de seu longa no Festival de Cannes.

"Papai Noel com sotaque, com os braços tatuados, e um Coelho da Páscoa que usa bumerangues? Demorei até mesmo para convencer o pessoal da DreamWorks de que esse projeto era especial."

Ramsey pode ser um iniciante no comando de uma grande produção, mas já é um veterano em Hollywood.

Foi artista de storyboards (desenhos usados nos filmes para guiar o diretor) de David Fincher ("Clube da Luta"), Steven Spielberg ("Minority Report") e Spike Jonze ("Adaptação"), e assistente de direção em "Godzilla".

"Nunca pensei que me envolveria com animação. Foi um acidente. Aron Warner [produtor] me chamou para desenhar 'Shrek' e depois ficou enchendo o pessoal para me dar uma chance em um grande filme", confessa o cineasta, que foi cotado para assumir "O Gato de Botas" (2011).

No entanto, Ramsey terminou desenvolvendo "A Origem dos Guardiões", baseado no livro de William Joyce.

Chamado de "Barack Obama da animação" por Gil Robertson, da Associação de Críticos de Cinema Afro-Americanos, ganhou a companhia do mexicano Guillermo del Toro ("O Labirinto do Fauno") na produção e um elenco de dubladores formado por Alec Baldwin, Hugh Jackman, Chris Pine e Isla Fisher.

Eles formam uma equipe de super-heróis no combate a um vilão (Jude Law) que se alimenta do medo da molecada. Mas não fale que é "'Os Vingadores' dos contos de fadas".

"Estou neste projeto há muito tempo e, se existem filmes que me guiaram, foram 'Os Sete Samurais' e 'O Senhor dos Anéis'. Quero um senso de realismo parecido."

Seu filme estreou com US$ 32 milhões (R$ 64 milhões) no primeiro fim de semana em cartaz nos EUA. "As crianças de hoje são mais sofisticadas e rápidas. Mas não podemos nos esquecer de que ainda são crianças", afirma.


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