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Crítica Show

Pulp comanda noite de nostalgia e delírio em única apresentação no Brasil

FERNANDA MENA EDITORA DA “ILUSTRADA”

Com mais de 30 anos de carreira -e um hiato de nove anos que se encerrou em 2011- os britânicos do Pulp enfim fizeram seu primeiro show no Brasil, na noite de anteontem, para um público em que ter mais de 30 anos parecia a regra.

O grupo foi um dos ícones do britpop, onda de bandas de rock do Reino Unido -entre elas Blur, Oasis, Suede e The Verve- que assolou o mundo pop nos anos 1990 com guitarras melódicas, letras irônicas, visual comportado e certa androginia.

Jarvis Cocker, o performático vocalista do Pulp, criou hits que embalaram festas e fossas, como "Disco 2000", "Underware" e "Common People", o hino máximo da banda e de boa parte de quem gostava de rock britânico em 1996, quando o disco "Different Class" foi lançado.

Dezesseis anos depois, já num tempo em que o legal é ser extraordinário, a música que fala de uma garota rica que quer se sentir apenas comum foi cantada a plenos pulmões pela plateia do Via Funchal, em clima de delírio.

Sinal dos tempos. Os mesmos que deram às canções do Pulp esse verniz nostálgico.

O último disco da banda, "We Love Life", foi lançado em 2001. Com isso, o Pulp preservou a aura de seu auge, o que fez da apresentação um baile da saudade animado por Cocker, um dos grandes vocalistas de sua geração.

No palco, ele dançou e rebolou como um Mick Jagger e atuou, interpretando suas letras, como um David Bowie sem fantasia. Carismático, testou frases em português entre hits de toda a carreira, de "Mis-Shapes" e "Little Soul" a "Sunrise".

Ao anunciar que tocariam a última música, diante dos gritos do público, o vocalista brincou: "Vocês não têm que trabalhar amanhã cedo?".

Era mais de meia-noite e, para quem vem de um país onde os shows começam às 19h, depois de duas horas de música e dança, já com a camisa branca ensopada e os óculos embaçados, era a hora de dizer adeus.


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