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Diário de Lisboa

O MAPA DA CULTURA

Terrinha à vista, em 360º

Mirante e nova fadista maravilham lisboetas

ISABEL COUTINHO

Há um novo mirante na cidade de onde se pode ver Lisboa em todo o seu esplendor. Fica no alto do arco da rua Augusta, monumento que começou a ser pensado em 1759, a seguir ao terramoto, e foi concluído em 1875.

A Associação Turismo de Lisboa, que gere o espaço, fez um investimento de 950 mil euros para restaurá-lo e instalar um elevador que permite que o monumento seja agora visitável. Está aberto ao público desde o dia 9 de agosto.

Para chegar ao topo do arco, vai-se de elevador, mas depois é preciso subir dezenas de degraus para se chegar ao salão (onde fica a maquinaria do relógio) e, mais ainda, de uma escada em caracol para se chegar ao mirante.

Dali se vê o Terreiro do Paço (a praça com a estátua equestre de D. José 1º, também restaurada), o Cais das Colunas, a ponte sobre o rio Tejo, o Cristo-Rei do outro lado do rio, a Baixa Pombalina, a Sé e o castelo de São Jorge. O arco da rua Augusta, que tem a inscrição "Às virtudes dos maiores, para que sirva a todos de ensinamento", pode ser visitado das 9h às 19h, todos os dias, e o bilhete custa 2,50 euros. A vista e o restauro têm deixado todos maravilhados.

FADO MUSICAL

Lisboa também anda entusiasmada com uma nova fadista que veio do norte de Portugal. O primeiro disco de Gisela João, 29, acaba de sair (está à venda no iTunes) e a crítica foi unânime. Desde o aparecimento de Carminho que não se ouviam elogios assim.

Tudo começou quando Gisela, ainda criança, ouviu na rádio a fadista Amália a cantar "Que Deus Me Perdoe". Achou que a canção falava do que ela sentia. "Isto sou eu, caraças", pensou a rapariga, que comprou então uma fita com as músicas da diva e sozinha, no quarto, imitava-a.

Sua mãe adorava Elis Regina, mas em casa ninguém ouvia fado. Mais tarde, quando em Barcelos abriu uma casa de fado Adega Lusitana, Gisela foi para lá cantar. Mudou-se para o Porto; de dia trabalhava numa loja, de noite cantava fado.

Conheceu o fadista Helder Moutinho, que a trouxe a Lisboa, à casa de fados Sr. Vinho (www.srvinho.com), onde a fadista Maria da Fé a convidou a fazer parte do elenco.

Gisela João já cantou com Nicolas Jaar, gravou com o brasileiro Pierre Aderne ("Um Lugar pra Ficar") e cantou "Os Argonautas", de Caetano, no filme "Lisbon Soul of Music", de João Botelho. Tal como o verso de uma das canções que ela canta: "Não é fadista quem quer, mas sim quem nasceu fadista".

QUERO SER CASANOVA

John Malkovich está em Lisboa a gravar o filme "As Variações de Giacomo", de Michael Sturminger. Depois de interpretar Giacomo Casanova (1725-98) na ópera de mesmo nome, também dirigida por Sturminger, agora vai encarnar o famoso libertino no cinema.

Produzido por Paulo Branco, o filme será inteiramente rodado em Portugal. Malkovich atuará com o tenor Jonas Kaufmann no teatro Nacional de São Carlos, onde se passa grande parte do longa.

O ator norte-americano irá cantar na produção. "Irei abrir a boca e vamos ver o que sairá", brincou.

A exemplo do que ocorria no filme "Quero Ser John Malkovich" (1999), faz o papel dele mesmo na parte do novo projeto que se passa nos dias de hoje. A ideia foi do diretor do novo longa, mas Malkovich encontra uma explicação para ela. "Casanova era uma celebridade, as histórias que se contavam sobre ele podiam não ter nenhuma base factual. Isso acontece comigo e com qualquer figura pública."

CINEMA EM TRANSE

Nesta semana foi lançada uma petição à Assembleia da República em defesa da Cinemateca Portuguesa, reagindo às notícias de que a instituição está a lutar para não fechar as portas por falta de verbas.

Há duas semanas a diretora da Cinemateca, Maria João Seixas, disse que a instituição corria o risco de suspender as atividades já neste mês. Parte do orçamento da Cinemateca vem das receitas provenientes da taxa cobrada sobre a publicidade televisiva. Como houve uma quebra acentuada nessas receitas, foi necessário nos últimos meses arranjar dinheiro de outra forma.

O secretário de Estado da Cultura português, Jorge Barreto Xavier, já veio assegurar que a Cinemateca não vai fechar, mas não disse ainda como vai resolver o problema do financiamento.


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