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Eike alonga dívida para melhorar imagem

Vencimentos do grupo EBX previstos para este ano, que somavam R$ 6,5 bilhões, recuam para R$ 1,2 bilhão

Hoje, somente LLX e MPX têm divisão de capital idealizada pelo empresário, com maior parte vindo de terceiros

(DENISE LUNA) MARIANA SALLOWICZ DO RIO

As companhias de capital aberto do grupo EBX lutam contra o tempo para alongar suas dívidas de curto prazo e melhorar a imagem junto a investidores, depois que a produção abaixo do esperado da OGX acendeu a luz amarela para as empresas.

Os vencimentos previstos para este ano somavam R$ 6,5 bilhões em 31 de dezembro de 2012, segundo os balanços das empresas de capital aberto do grupo (OGX, MMX, LLX, MPX e OSX). O valor correspondia a 26% do endividamento total do grupo.

A cifra, porém, caiu fortemente após o grupo se empenhar nos últimos meses para alongar a dívida. Os vencimentos recuaram para R$ 1,2 bilhão, segundo fonte que acompanha o processo de renegociação das dívidas.

A empresa confirma que a maior parte dos empréstimos com vencimento em 2013 foi convertida em financiamento de longo prazo e informa que as companhias contam "com funding' substancialmente equacionado para os próximos anos".

O prazo médio das dívidas agora é de cinco anos, informou a fonte. O montante também é compatível com o caixa das companhias, que caiu de R$ 8 bilhões em 2012 para R$ 7 bilhões no início do ano.

Atualmente, apenas MPX e LLX possuem a estrutura de capital idealizada pelo empresário Eike Batista no início da construção do seu grupo, em 2006. Ele planejava investir em cada uma das empresas 25% de capital próprio e 75% de terceiros.

"A consequência dos erros de projeção foi que as empresas não conseguem ter uma participação de capital de terceiros mais relevante", afirma Ricardo Almeida, professor de finanças do Insper.

Hoje, apenas a LLX, de logística, está adequada à estrutura prevista, e a MPX, de energia elétrica, está perto do ideal, com proporção de 30% e 70%.

Os terceiros, no caso, correspondem, em sua maioria, a dívidas contraídas com o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), a Caixa Econômica Federal e o FMM (Fundo da Marinha Mercante).

Este último é responsável por uma linha de longo prazo de R$ 2,7 bilhões para a OSX, a empresa de estaleiros do grupo de Eike, patamar só comparável aos obtidos pela Petrobras.

O financiamento de longo prazo com o FMM cobriu os pequenos empréstimos-ponte da OSX que venciam neste ano, explicou a fonte.

EMISSÃO

Para obter novos recursos, especialistas acreditam que o mais provável é que as empresas façam novas emissões de papéis. "O crédito está restrito porque as empresas já frustraram as expectativas. Pelo mercado de ações, podem captar o dinheiro necessário", diz Almeida.

"Com isso, Eike e os minoritários atuais vão perder participação", diz.

Em março, o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, disse que o empresário deverá reduzir sua participação nos negócios do grupo para 20% a 30%. Esteves foi contratado por Eike para ajudar a resgatar a confiança do mercado financeiro.

MAIOR IMPACTO

A OSX, do setor naval, foi a empresa que mais sentiu a crise da grupo. A companhia não conseguiu entregar a produção prometida e suas encomendas minguaram. A expectativa é que seja salva por pedidos de sondas e plataformas da Petrobras.

No grupo, ainda segundo a fonte, o clima é de tranquilidade. No segundo semestre, é aguardado mais um financiamento do BNDES, da ordem de R$ 3 bilhões para a MMX, empresa de mineração que recebeu na semana passada empréstimo de R$ 934 milhões do banco estatal.

A companhia também revisa seu plano de negócios.


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