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Mantega descarta novas ações de incentivo

Ministro diz que medidas adotadas desde 2011, como crédito mais barato para empresas, continuam tendo efeito

Mantega também minimizou ontem preocupações com o impacto da alta do dólar sobre a inflação

DE BRASÍLIA DE SÃO PAULO

Após o crescimento fraco da economia no primeiro trimestre, o ministro Guido Mantega (Fazenda) disse que o governo certamente revisará para baixo a projeção de alta de 3,5% para o PIB neste ano. Sem citar um novo patamar, disse apenas que o crescimento ficará acima do 0,9% verificado em 2012.

Apesar da piora das previsões para 2013, Mantega disse que o governo não adotará mais medidas de estímulo. Ele comemorou a aceleração dos investimentos e disse que isso significa uma melhora da qualidade do crescimento.

Segundo o ministro, as medidas de incentivo aos investimentos adotadas desde 2011, como linhas de crédito mais baratas para as empresas, continuam tendo efeito, tornando desnecessárias novas ações.

O resultado do PIB derrubou o principal índice de ações da Bolsa (Ibovespa), que fechou em queda de 2,5%, aos 54.634 pontos. Foi a maior desvalorização diária do índice desde 15 de abril, quando caiu 3,66%.

"O número foi decepcionante. De novo. Esse PIB deve estimular uma revisão para baixo nas projeções de crescimento do Brasil no ano, mais uma vez", avalia Pedro Galdi, da SLW Corretora.

"Esse número assusta os investidores estrangeiros e esse cenário, somado ao possível corte nos estímulos econômicos nos EUA, acaba fortalecendo a fuga do capital externo na Bolsa brasileira, que cai mais do que os demais mercados internacionais", completou Galdi.

DÓLAR

Mantega também minimizou preocupações com o impacto da recente alta do dólar sobre a inflação, e frisou que o câmbio não é um instrumento de controle de preços.

Segundo ele, a valorização do dólar é positiva porque torna os produtos brasileiros mais competitivos no exterior, o que é positivo para a balança comercial.

As declarações do ministro contribuíram para impulsionar mais uma alta da moeda norte-americana, que fechou o dia com valorização de 1,52% frente ao real, cotada a R$ 2,106 --o maior valor de fechamento desde 4 de dezembro do ano passado.

Apesar de a valorização do dólar encarecer os produtos importados e estimular novos aumentos de preços --uma das principais preocupações do governo--, Mantega disse não temer esse efeito.

"Isso não é uma preocupação para nós, pelo contrário, porque havendo a desvalorização do real, nós ficamos mais competitivos em termos de exportação", afirmou.

Mantega ressaltou que a valorização do dólar é um fenômeno internacional, influenciado pela recuperação da economia americana.

Com a melhora do nível de atividade nos EUA, a expectativa é de que o Fed (o BC americano) reduza os programas de estímulo à economia e, assim, diminua a liquidez no mercado de câmbio.

Apesar do impacto da desvalorização do real sobre a inflação, o Banco Central brasileiro não tem atuado no mercado cambial para segurar o aumento da cotação do dólar nos últimos dias.

"Quero deixar claro que não está havendo nenhuma intervenção do governo para que haja essa desvalorização", disse Mantega. "Está havendo uma flutuação do câmbio, com menor intervenção possível do governo."


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