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De olho em 2014, governo esperava alta menor da Selic

Temor é que aperto mais forte afete o ritmo de crescimento da economia no curto prazo; avanço de 3% do PIB já é visto como difícil

VALDO CRUZ SHEILA D'AMORIM DE BRASÍLIA

O governo Dilma classificou, reservadamente, como "muito ruim" o crescimento de apenas 0,6% do PIB no primeiro trimestre de 2013.

Abaixo do 0,9% projetado internamente, o resultado explicitou o grande dilema da presidente na véspera do ano eleitoral: como sair da armadilha de baixo crescimento com inflação ainda elevada.

No início da noite, o Banco Central marcou posição ao acelerar o ritmo de alta dos juros, elevando a Selic em 0,5 ponto, para 8% ao ano.

O Palácio do Planalto esperava que o ritmo de aperto gradual fosse mantido de forma a não afetar ainda mais a atividade no curto prazo.

O temor de assessores presidenciais é que a dose mais elevada possa comprometer o dado mais comemorado pelo governo nos números do PIB de ontem: o aumento dos investimentos.

Os investimentos tiveram o melhor desempenho desde 2010, com alta de 4,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

Os números do PIB divulgados ontem pelo IBGE alimentaram a preocupação no Palácio do Planalto de que o desempenho da produção nacional em 2013 fique abaixo do registrado no primeiro ano de mandato da petista (alta de 2,7%), criando munição contra Dilma na sua campanha pela reeleição.

Até aqui, a petista tem um desempenho fraco no quesito crescimento econômico. A média de seus dois primeiros anos de mandato foi de 1,8%, abaixo dos dois mandatos de FHC (2,4% e 2,1%) e dos dois de Lula (3,5% e 4,6%).

O governo acreditava que o PIB subiria entre 0,8% e 1,1% no primeiro trimestre, mais possivelmente 0,9%. Resultado que, na avaliação da equipe, garantiria um crescimento anual acima de 3%, considerado como bom para os planos políticos do PT.

Essa taxa, porém, já é vista como difícil de ser atingida depois do número divulgado ontem pelo IBGE, que aponta para um crescimento mais provável na casa de 2,5% neste ano.

No ano passado, o ritmo do PIB já havia decepcionado a presidente, ao ficar em 0,9%.

ESPAÇO MENOR

Assessores destacam que o espaço para o governo buscar reverter essa tendência de PIB fraco vai ficando cada vez menor à medida que a presidente se aproxima da reta final do seu mandato.

De um lado, a inflação ainda segue elevada e recua num ritmo aquém do recomendável. Foi um dos motivos do desempenho fraco da economia, afetando o consumo das famílias, que veio baixo no primeiro trimestre.

De outro, o dólar voltou a se valorizar em relação ao real e tende a se manter elevado por causa do cenário de recuperação dos Estados Unidos e de desaceleração da China, gerando mais pressão inflacionária.

Apesar das preocupações com a atividade, segundo assessores, neste momento a prioridade do Planalto continua sendo garantir um recuo da inflação, hoje de 6,49% na taxa acumulada em 12 meses até abril.

Em alta, ela pode representar um risco maior à candidatura de Dilma do que um crescimento fraco da economia brasileira, pois diminui o poder de compra dos consumidores/eleitores.

O temor é a inflação não recuar e o crescimento patinar ainda mais, o que passaria a afetar também a baixa taxa de desemprego, outro trunfo da presidente para sua campanha eleitoral em 2014. Nas palavras de um assessor, o cenário do próximo ano passou a inspirar cuidados.


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