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Internet ruim tira 'home broker' de casa

Queda de sinal de operadoras de internet leva pequeno investidor a alugar sala com banda larga mais rápida

Falhas interrompem negociações; em casos de prejuízo, é possível pedir indenização, afirma entidade

(DANIEL TREMEL) COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As falhas de conexão na internet, problema frequente na vida dos usuários, têm feito o pequeno investidor que aplica em Bolsa via web pelo sistema de "home broker" a buscar alternativas.

Quedas de sinal que impedem a conclusão de negócios levam usuários a sair de casa e alugar salas comerciais que oferecem banda larga mais rápida.

O custo sobe, mas, para investidores ouvidos pela reportagem, compensa.

É a avaliação, por exemplo, do operador Humberto do Prado, que investe para si mesmo e para terceiros.

Depois de perder negócios por causa de problemas com a internet, ele desistiu de trabalhar em casa e apelou para o serviço de um escritório compartilhado, onde tem uma conexão mais rápida.

Prado diz que, mesmo com duas conexões da Telefônica (móvel e a cabo), enfrentava problemas de duas a três vezes por mês. Por isso, afirma, o custo de cerca de R$ 1.200 com a nova sala compensa.

"Quando a conexão cai, você está cego. Sua ordem de investimento está lá, mas você não sabe o que está acontecendo, não sabe se o preço está caindo ou subindo", diz.

"Para evitar prejuízos maiores, a saída era ligar para a corretora e cancelar a operação, sem saber como estava o preço do negócio."

Prado investe em índices futuros na Bolsa de Nova York (que oscilam rapidamente) e diz que não pode se desligar nem por alguns segundos dos indicadores.

"Às vezes, em um minuto, eles sobem ou caem 100 pontos. Em 15 ou 20 segundos, posso perder US$ 1.000 por contrato. Não tenho tempo para ficar discutindo com a operadora por problema de conexão e fazer meu trabalho na Bolsa. Ou faço um ou faço outro", afirma o investidor.

PREJUÍZOS

Morador do Alto da Boa Vista, na zona sul de São Paulo, o operador Pierre Chofard optou por instalar duas conexões de fibra em casa, além de outra móvel.

Até mudar de endereço, há seis meses, os problemas eram recorrentes mesmo com serviço de duas operadoras diferentes (Net e Telefônica).

"Aqui acontece de tudo. Você está no meio de uma operação, vai fechar o negócio, desliga tudo. Você fica apavorado, o telefone não pega porque é digital. Celular não pega. É terrível."

Hoje, Chofard paga dois troncos diferentes para evitar que, quando uma das conexões saia do ar, a outra também fique fora de serviço. "Aumentou o custo, lógico."

Eduardo Tude, presidente da consultoria de telecomunicações Teleco, diz que a saída para quem não pode abrir mão da internet é manter uma conexão a cabo e contar com mais de uma opção. A qualidade nos grandes centros, diz Tude, é boa, mas a conexão doméstica sempre tem possibilidade de falha.

A advogada Veridiana Alimonti, do Idec (instituto de defesa do consumidor), afirma que, além do abatimento proporcional no preço da assinatura quando há queda de conexão, o usuário pode recorrer à Justiça por perdas e danos.

"A empresa tem um prazo para fazer o reparo. O problema é ter um serviço que todo mês tem queda", diz.

O ideal, de acordo com a advogada, é registrar a queixa na Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e recorrer ao Procon ou ao Juizado Especial Cível (antigo Juizado de Pequenas Causas).


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