Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Alta do dólar anula efeito da queda do ônibus e do pedágio na inflação

Medidas poderiam tirar 0,2 ponto percentual de índice de preços, mas câmbio atrapalha

Se moeda continuar em alta, pode ter um impacto de 0,31 ponto percentual na inflação, estima economista

MARIANA CARNEIRO DE SÃO PAULO

A alta do dólar e o efeito nocivo que ela exerce sobre os preços no Brasil deve engolir os benefícios produzidos pelas reduções de tarifas de transporte público e a suspensão de outros aumentos.

Desde a semana passada, governantes anunciaram uma série de medidas que aliviam o custo de vida, resposta às manifestações populares em várias cidades do país.

O pacote de bondades inclui a redução das passagens de transporte público em capitais como Rio, São Paulo, Curitiba, Goiânia, Recife, Fortaleza, Porto Alegre e provavelmente Belo Horizonte, congelamento do pedágio nas estradas paulistas e da energia elétrica no Paraná.

Somadas, as medidas anunciadas até aqui poderiam retirar até 0,20 ponto percentual da inflação deste ano, estima a consultoria LCA. Isso significa que a inflação de 2013, prevista em 5,8% pelos analistas do mercado financeiro, poderia recuar para 5,6%.

Mas esse benefício deve desaparecer se a cotação do dólar persistir elevada por mais tempo. Analistas já preveem que a moeda americana não voltará mais ao valor que vigorava até o início do mês passado (ao redor de R$ 2).

Segundo pesquisa semanal do Banco Central, as previsões mais atuais dos economistas indicam que o dólar chegará ao fim do ano valendo R$ 2,13, ou até mais.

A moeda americana fechou ontem a R$ 2,21, 10% maior em relação há um mês.

Essa alta, se mantida, pode ter um impacto de aumento de 0,31 ponto percentual na inflação, estima o economista-chefe da consultoria MCM, Fernando Genta. Isso anularia por completo o efeito do pacote de bondades sobre o custo de vida e adicionaria mais pressão.

"Caso a política do BC seja passiva, ou seja, os juros permaneçam estáveis, o impacto da depreciação de 10% poderá ser de 0,46 ponto percentual [a mais na inflação]."

O dólar mais caro impacta mais rapidamente o preço de alimentos negociados no exterior, como grãos, carnes e farinhas. E deve amortecer o esperado recuo dos preços da alimentação, diz Elson Teles, do Itaú Unibanco: "A redução dos preços dos alimentos deverá ser mais suave do que o esperado".

O BC conta com o recuo dos alimentos para fazer a inflação baixar do atual patamar de 6,5%, no limite fixado pelo governo, para cerca de 5%.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página