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Outro lado
Diretor da EBP e governo negam favorecimento
DE BRASÍLIAHélcio Tokeshi, diretor da EBP, negou favorecimento à sua empresa nas disputas pelos estudos das concessões.
"Não temos contrato com o governo. Somos autorizados de forma precária e não exclusiva", afirmou Tokeshi, que trabalhou no Ministério da Fazenda nas gestões de Zélia Cardoso de Mello e Antonio Palocci, além de ter ocupado postos no Banco Mundial e na iniciativa privada.
Segundo ele, o modelo da EBP é de alto risco porque o trabalho pode não ser remunerado. E, quando recebe, o pagamento é feito anos depois do estudo.
Ele também lembrou que os valores são estipulados pelo governo, assim como os prazos para o início e a entrega dos projetos.
"Nós não encarecemos os custos da concessão porque nosso trabalho é compensado com estudos que tornam os investimentos mais baratos e melhores", disse Tokeshi, lembrando que os bancos não podem receber informações sobre as concessões em estudo.
"O Cade só deixou a empresa funcionar por causa disso."
A Secretaria de Portos negou direcionamento e disse que desde 15 de fevereiro, 28 dias antes de a EBP ser autorizada, publicou no "Diário Oficial da União" que faria estudos de áreas e, com isso, qualquer empresa poderia pedir, e teria tempo adequado, para realizar os estudos.
A Secretaria de Portos nega que tenha trabalhado com a EBP antes de 15 de março, data da autorização.
TRABALHO CONJUNTO
A Folha tem documento mostrando o trabalho conjunto da SEP e da EBP em 6 de fevereiro --apresentação feita pela EBP sobre o projeto.
A Secretaria de Aviação Civil informou que a concorrência para os estudos dos aeroportos foi aberta a todas as empresas e que todas tiveram o mesmo prazo para fazer os estudos.
Segundo a secretaria, os estudos apresentados para o Galeão foram analisados por servidores que avaliaram "67 quesitos, que mediam a completude, a consistência e a qualidade do trabalho", sendo escolhido o da EBP. A secretaria informou ainda que o critério de preço a ser pago à vencedora estava definido antes de a EBP ser escolhida.