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Crítica esporte

Estudiosos propõem nova visão do futebol a partir de análise estatística

CLAIRE JONES DO "FINANCIAL TIMES"

Alguns anos atrás, eles ajudaram a colocar a economia global de joelhos. Agora os analistas quantitativos miram outro alvo: o futebol.

Provavelmente não é assim que os autores de "The Numbers Game" (O Jogo dos Números, ed. Penguin Books), o livro mais recente a capitalizar sobre o interesse crescente pela análise estatística nos esportes, escolheriam descrever seu trabalho. Mas Chris Anderson e David Sally, cientista político e economista comportamental, não deixam dúvida quanto à escala da revolução que preveem.

"Considere este livro um manifesto do futuro do futebol", escrevem. "Um mapa do caminho do que vem por aí, um guia não ao que dizem os números, mas ao que podemos fazer eles fazerem."

"The Numbers Game" usa dados para desmentir mitos comuns sobre a suposta superioridade de determinado tipo de jogador e determinado estilo ao jogar futebol. O que emerge é um retrato do futebol como um esporte do acaso, em que os grandes craques fazem diferença apenas nas margens.

Os autores informam, por exemplo, que o jogador médio passa apenas 53,4 segundos em contato com a bola nos 90 minutos de uma partida, correndo apenas 191 metros com a bola a seus pés. Portanto, o que é determinante no futebol não é a posse de bola nem o brilho individual dos jogadores, mas como os times lidam com as "turnovers" --transferências da bola de um time para o outro, muito mais frequentes do que se imagina. Ao contrário da imagem pintada aos torcedores, a sorte de um time depende muito mais das falhas de seu pior jogador que do brilho de seu maior craque.

Conclusões pragmáticas como essa têm grandes implicações para aqueles que controlam o dinheiro nos clubes. Os autores apontam para a histórica subvalorização dos zagueiros e goleiros e sugerem que prestamos atenção demais aos ajustes táticos feitos pelos treinadores, que, segundo as estimativas, só são capazes de melhorar ou prejudicar em cerca de 15% a posição final de cada time em sua liga.

O livro tem um ar acadêmico e, apesar de seu tom ocasionalmente dogmático, há advertências em grande número. Mesmo assim, você se pergunta com frequência se os autores não têm fé demais na "informação objetiva" revelada pelas perguntas inevitavelmente subjetivas que eles formulam a partir dos dados.

THE NUMBERS GAME
AUTORES Chris Anderson e David Sally
EDITORA Penguin Books
QUANTO US$ 16 (R$ 36, 384 págs.)


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