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Ausência de retorno ronda investidor de pequena empresa

Boa parte dos negócios quebra ou não chega a devolver o investimento; diversificar as apostas é importante

No Brasil, grande caso de sucesso foi a venda do comparador de preços Buscapé, que rendeu US$ 342 milhões

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Como os investimentos focados em start-ups ainda são uma realidade nova no Brasil, ainda não existem estatísticas sobre o retorno para quem investe.

Mas quem conhece esse mercado concorda que a maior parte das empresas vai fechar. Uma pequena parte terá um enorme sucesso.

Além disso, lembra Mike, Mike Ajnsztajn, sócio-fundador da aceleradora de negócios Aceleratech, ainda são raras as histórias de investidores que tiveram uma saída de sucesso no Brasil (ou seja, venderam as ações que possuíam com muito lucro), algo que aumenta a desconfiança dos investidores.

A saída mais notória aconteceu em 2009, quando a empresa de mídia sul-africana Naspers comprou 91% das ações do comparador de preços Buscapé, pelo valor de US$ 342 milhões.

Cláudio Furtado, diretor do Centro de Estudos em Private Equity e Venture Capital da FGV, diz que os investidores-anjo são os que estão expostos a maiores riscos.

Como eles participam de uma rodada de investimento inicial, em que o conceito de atuação da empresa, a equipe e a tecnologia a ser usada estão em formação, maiores são os riscos assumidos.

Já em um estágio posterior, quando a empresa vira alvo dos fundos de capital de risco (os "venture capital"), em geral os problemas tecnológico da empresa já foram resolvidos --e a possibilidade de fracasso está mais ligada à aceitação do mercado e aos riscos concorrenciais.

Mesmo assim, citando dados do mercado americano, Furtado diz que 50% das empresas que chegam a esse estágio quebram em dez anos e que outras 25% não retornam o capital investido.

Por outro lado, 1% delas deram um retorno de dezenas ou centenas de vezes, como no caso de gigantes de tecnologia como a Apple e a Microsoft.

ESTRATÉGIAS

Como solução, aponta Furtado, os fundos têm duas principais estratégias.

A primeira é diversificar o portfólio, sabendo que algumas empresas realmente não terão futuro, mas serão compensadas pelas que tiverem.

Outra opção é atuar de forma mais próxima do empreendedor, oferecendo maior acompanhamento da gestão e tentando maximizar as chances de sobrevivência. É o caminho mais adotado no Brasil, diz Furtado.

Hernan Kazah, um dos fundadores do Mercado Livre e sócio do fundo de capital de risco Kaszek Ventures, focado em empresas de internet, diz que o Brasil tem mais oportunidades no momento em razão do crescimento do acesso a computadores e smartphones, algo que deve continuar acontecendo nos próximos anos.

Para ele, o mais importante nesse tipo de negócio é ter paciência e saber que esse é um investimento em que se assumem riscos para ter um retorno mais alto.

Ele caracteriza a atuação do fundo como de longo prazo: "Nós investimos hoje para tentarmos ter um retorno daqui a sete, oito anos".

O Kaszek tem atualmente 20 empresas em seu portfólio, sendo que 13 são brasileiras. Kazan diz que, para cada seleção realizada, são analisadas cerca de 150 empresas.


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