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Saiba onde investir em cenário de juros básicos em ascensão

Títulos do agronegócio e imobiliários podem ser vantajosos

DANIELLE BRANT DE SÃO PAULO

Em cenário de alta do juro básico --na semana passada, o Banco Central subiu a taxa pela quarta vez seguida, para 9% ao ano, e há previsão de mais altas-- é preciso atenção ao escolher os investimentos.

Embora a poupança passe a render mais, simulações ao lado mostram que, em um horizonte mais longo, a caderneta perde para outras alternativas de risco baixo (há sempre uma correlação entre o risco de um investimento e o rendimento previsto: quanto maior o lucro prometido, maior é o risco).

Os cálculos, feitos para a Folha pelo economista Samy Dana, da FGV, consideram aplicações de hoje até 2017, ano em que ocorre o vencimento do título público pós-fixado mais próximo.

As opções mais rentáveis são as LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) e LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) que pagam 90% do CDI (Certificado de Depósito Interfinanceiro) --isentas de Imposto de Renda.

O investidor que aplicar R$ 10 mil terá, ao final do período, ganho de R$ 3.848.

Uma desvantagem desses investimentos, porém, é o preço, afirma a planejadora financeira Eliane Habib. "Os títulos mais em conta rondam os R$ 3.000 e não oferecem rentabilidade tão atraente."

Além disso, é preciso estar atento a restrições que podem existir em relação a resgates, principalmente se houver uma chance alta de o poupador precisar dos recursos antes do prazo final do papel.

A consultora diz ainda que os títulos do Tesouro Direto também são boas opções, mas, para se beneficiar do cenário de juros em alta, o investidor deve evitar prefixados e optar por pós-fixados.

Nos títulos prefixados, como as LTNs (Letras do Tesouro Nacional) e NTN-Fs (Notas do Tesouro Nacional Série F), a chamada "marcação a mercado" pode corroer o valor dos papéis em caso de venda fora do vencimento.

É que, por esse processo, o preço de revenda do título sofre descontos que acompanham a diferença entre a taxa de juros do momento e a da da data de emissão do papel --então, se o juro sobe, o valor do título cai.

Já os instrumentos pós-fixados têm seu valor atrelado a um indexador. No caso da NTN-B (Notas do Tesouro Nacional Série B) e NTN-B Principal (Notas do Tesouro Nacional Série B Principal), o indexador é o IPCA --inflação oficial--, o que garante o poder de compra do investidor.

As LFTs (Letras Financeiras do Tesouro) seguem a variação do juro básico (a Selic).

POUPANÇA E FUINDOS

Para Manuel Enriquez Garcia, presidente da Ordem dos Economistas do Brasil, quem tradicionalmente aplica na poupança deve continuar, mas não no longo prazo.

"O rendimento anual está empatando com a inflação (6,27% no acumulado de 12 meses até julho). O raciocínio deve ser feito em termos de poder de compra, ou seja, o rendimento menos a inflação. Quem permanecer na poupança por muito tempo vai perder poder de compra."

Os fundos de renda fixa podem ser interessantes neste cenário de alta de juros, mas o investidor deve pesquisar a taxa de administração.

De acordo com a planejadora financeira Eliane Habib, os fundos mais conservadores oferecem bom retorno se tiverem taxa de administração de no máximo 1,5%.


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