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Soja faz do Brasil prioridade de múlti alemã

Presidente da Bayer CropScience diz que país ampliará produção para atender China e será seu principal mercado

Empresa lançará em 2015 semente para competir com transgênicos da Monsanto, presentes em 90% das lavouras

TATIANA FREITAS ENVIADA ESPECIAL A MONHEIM (ALEMANHA)

O crescimento da produção de soja no Brasil fará do país o principal mercado para a Bayer CropScience, divisão agrícola da multinacional alemã.

"O Brasil é o número 1 em crescimento no mundo e o mercado mais importante para a Bayer atualmente", disse Liam Condon, presidente global da companhia, em entrevista à Folha.

Para o executivo, o país deixou há tempos o status de emergente quando o assunto é agricultura.

"Quando quero provocar algum executivo da empresa na França, digo que a agricultura francesa parece mais uma casa de bonecas perto da brasileira", brincou Condon, que é irlandês. "O Brasil não é emergente, é uma potência agrícola com inovação e tecnologia de ponta."

O agronegócio é o principal mercado da Bayer no Brasil, com uma participação de 56% na receita total do grupo alemão no país, de R$ 5,7 bilhões em 2012.

No ano passado, o Brasil representou 13% do faturamento global da Bayer Crop- Science, que foi de € 8,4 bilhões (o equivalente a R$ 22,7 bilhões, considerando a cotação do euro ao final de 2012).

Condon não menciona números ao falar sobre a expansão, mas diz que "em breve" o país deve ultrapassar os EUA, maior produtor de soja do mundo, como o principal mercado para a Bayer Crop- Science. No ano passado, a América do Norte respondeu por aproximadamente 25% das vendas da empresa.

Motivado pelo aumento da demanda por proteína nos países emergentes, principalmente na China, o esperado crescimento da área cultivada com a oleaginosa no Brasil está ditando os próximos passos da companhia.

"Estamos fazendo investimentos significativos na aquisição de germoplasmas e desenvolvendo estações experimentais em diferentes regiões produtoras do país para desenvolvermos nossas sementes de soja", afirmou.

Forte na venda de defensivos agrícolas, a Bayer tem presença incipiente no mercado de sementes.

Para ganhar corpo nesse segmento, a companhia realizou, nos últimos três anos, quatro aquisições de empresas do ramo no país --duas no primeiro trimestre de 2012.

NOVA SOJA

O primeiro resultado desse trabalho chegará ao produtor em 2015, quando a Bayer deve levar ao mercado brasileiro uma nova semente transgênica de soja.

A empresa ainda avalia qual tipo de tecnologia será inserida na semente --se a soja será mais resistente a determinados insetos ou a herbicidas, por exemplo. Mesmo assim, acredita ser possível levar o produto ao mercado em dois anos.

Batizada de Credenz, a nova família de sementes de soja da Bayer --a primeira com tecnologia desenvolvida pela empresa-- deverá marcar uma nova fase desse setor, hoje dominado pela norte-americana Monsanto.

"Estamos entrando realmente para competir com o líder", disse Alfonso Ordóñez, líder global de sementes de soja da Bayer CropScience.

A empresa planeja elevar a sua participação no mercado de sementes de soja no Brasil do tímido 0,5% atual para "dois dígitos" em dez anos, segundo Mathias Kremer, responsável global por estratégia da empresa.

CONCORRENTES

Mas a Bayer não se movimenta sozinha. A norte-americana Dow AgroSciences e a alemã Basf (esta em parceria com a Embrapa) também preparam sementes que possam ser alternativas à soja transgênica da Monsanto, presente em 90% das lavouras brasileiras.

A morosidade na aprovação de novos produtos para o campo no Brasil não preocupa a alemã.

"Todo o processo regulatório no Brasil prolongou-se nos últimos anos, o que nos incomoda. Mas isso não é necessariamente negativo, porque no final do processo haverá um produto mais seguro para o ambiente, para o agricultor e para a saúde do consumidor", diz Kremer.


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