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Após boom, fundo imobiliário acumula prejuízo de 12,6%

Alta da taxa básica de juros e ajuste de preços das cotas ajudam a explicar desvalorização registrada neste ano

Para especialistas, cenário é interessante para investidores que querem entrar agora nesse mercado

DANIELLE BRANT DE SÃO PAULO

Em um cenário de juros em alta, os fundos imobiliários perdem força e acumulam perdas de 12,6% nos oito primeiros meses deste ano.

O IFIX, índice da Bolsa que engloba os fundos mais negociados do mercado, chamou a atenção em 2012 com valorização de 35% nas cotas.

"Quando a Selic sobe, alguns ativos de renda fixa, como títulos públicos, pagam juros maiores, e, com isso, muitos investidores passam a achar esses papéis mais atrativos", afirma Moisés Jardim, diretor da CHB, empresa especializada em hipotecas e crédito imobiliário.

A Selic, taxa básica de juros do país, chegou a 9% ao ano no final de agosto, após quatro altas consecutivas.

A desaceleração do país é outro fator que afeta o preço dos fundos, já que muitos têm em sua carteira empreendimentos imobiliários que dependem da atividade econômica, como shoppings e torres corporativas.

"Como a economia vem dando sinais de que não terá o crescimento esperado, os empreendimentos estão tendo que rever as expectativas de rentabilidade", diz Jardim.

Segundo levantamento do portal de finanças estruturadas TLON, apenas 6 dos 77 fundos que tiveram negociações na BM&FBovespa nos meses de dezembro de 2012 e agosto deste ano tiveram valorização em suas cotas --o mais rentável subiu 29,7%.

Ao se considerar os 15 produtos que tiveram cotas negociadas em todos os pregões deste ano, apenas um apresentou alta --o Square Faria Lima-- e de apenas 1%.

Além da influência desses fatores macroeconômicos, houve um ajuste natural no preço das cotas, na opinião de Claudia Martinez, diretora do banco Máxima.

"As distorções foram corrigidas pelo mercado, após dois anos de grande euforia e procura pelos investidores."

Paulo Cirulli, gerente de produtos da BM&FBovespa, também vê a desvalorização como um ajuste.

"Por carregar elementos de renda fixa, muitos investidores que não conheciam o produto saíram ao menor sinal de volatilidade", afirma, referindo-se à renda mensal paga por alguns fundos, que têm na carteira, por exemplo, imóveis alugados.

A desvalorização gerou uma situação que não ocorria desde 2005, ressalta Jardim, diretor da CHB.

Desde junho, o valor de mercado dos fundos negociados na Bolsa está abaixo do patrimônio líquido das carteiras (veja quadro).

"Eu acho que esses fundos ainda têm uma deficiência na atualização das cotas. E a cota patrimonial também pode ter efeitos independentes de mercado, ou seja, às vezes o mercado vem numa ponta com uma forte pressão de venda e pode provocar essa desvalorização em relação ao [valor] patrimonial", diz.

Apesar da queda neste ano, as perspectivas são positivas, na opinião de Pedro Junqueira, sócio da Uqbar.

"O mercado já foi razoavelmente precificado para baixo. Está em um nível muito mais interessante do que estava antes, principalmente para quem não gosta de correr atrás de uma coisa que está valorizada por causa da forte demanda", afirma.


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