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Finanças Pessoais

Acerte o passo de suas finanças com planejamento financeiro

José está afundado em dívidas contraídas enquanto esteve desempregado. Nesse período, o fluxo de entrada de dinheiro cessou, mas os pagamentos continuaram chegando impiedosamente. Ele usou as linhas de crédito disponíveis, pré-aprovadas, e ainda não se deu conta de que as parcelas que consegue pagar pouco amortizam o empréstimo.

Os juros extremamente elevados consomem a maior parte do pagamento e o saldo devedor aumenta cada vez mais.

Maria fez uma aplicação em um fundo de longo prazo, atraída pela sedutora rentabilidade que o produto ofereceu no passado. Poucos meses depois, desconfortável com o sobe e desce do valor do seu investimento, decidiu resgatar e voltar para a boa e velha poupança, que, apesar de não lhe dar muita alegria, nunca lhe deu dor de cabeça. Ficou com um gostinho amargo na boca, decepcionada pela experiência ruim e a perda de 7% do dinheiro aplicado.

João, recém-casado, será pai de gêmeos em breve. Sua renda será a única da família durante um bom tempo, até que sua esposa possa retornar ao trabalho. Seu patrimônio, ainda pequeno, não gera rendimentos relevantes; a família possui apenas uma reserva financeira para emergências.

As despesas vão aumentar bastante e ele ainda não se deu conta dos riscos financeiros aos quais sua família está exposta.

ERROS E ACERTOS

As histórias de José, Maria e João têm alguma coisa em comum: ausência de planejamento financeiro ou falha na execução desse plano.

José gasta tudo o que ganha e nunca se preocupou em formar uma reserva financeira para enfrentar situações inesperadas. Quando perdeu o emprego, deveria ter feito, pela primeira vez na vida, seu orçamento familiar, listando todas as despesas e analisando as que poderiam ser eliminadas ou reduzidas.

Com o orçamento feito, negociaria um empréstimo com seu banco, ciente do valor necessário para cobrir seu fluxo de caixa e o prazo de pagamento que seu orçamento comporta. Empréstimo planejado reduz o risco do banco e os juros de José. Com as finanças sob controle, poderia encarar com tranquilidade o desafio de se reposicionar no mercado de trabalho.

Maria fez uma coisa certa --poupar parte do salário-- e cometeu dois erros que poderiam ter sido evitados.

O primeiro foi o de não estabelecer um objetivo. Sem definir com clareza o motivo pelo qual o dinheiro está sendo guardado, em que tempo será utilizado, e que nível de risco pode ser assumido, fica muito difícil escolher o produto adequado para essa acumulação de capital.

O segundo erro de Maria foi o de basear sua escolha na rentabilidade passada de um produto qualquer, imaginando que esse desempenho se manteria ao longo do tempo. Ela deveria ter escolhido um produto recomendado para o seu objetivo e horizonte de tempo.

O nível de risco deve ser adequado ao objetivo do investimento e também ao risco que Maria aceita correr. Certamente a escolha teria sido muito mais assertiva se esse planejamento tivesse sido executado.

João precisa rever todo o orçamento, estabelecer novas prioridades em razão da chegada dos filhos e da ausência da renda proporcionada pela esposa. Precisa avaliar a contratação de alguns seguros para se proteger de riscos que pode transferir para uma seguradora com um custo relativamente baixo.

Contratar um seguro de vida, por exemplo, é essencial nessa fase em que toda a renda da família depende exclusivamente do trabalho de João. Se ele faltar, seus dependentes não terão como sobreviver sem a ajuda de parentes.

Não existe uma receita de bolo única para planejar adequadamente suas finanças.

Tudo pode mudar de acordo com a idade, a estrutura familiar, o nível de renda e de patrimônio. Mas posso indicar alguns passos que devem ser seguidos para planejar suas finanças:

PLANEJAMENTO

1) Apure seu patrimônio líquido listando seus bens e suas dívidas. Avalie se você está destinando parte de sua renda para construir um patrimônio que irá contribuir para geração de renda no futuro.

2) Faça religiosamente seu orçamento, controlando suas receitas e despesas. Nunca gaste mais do que ganha e saiba priorizar suas despesas alocando recursos para o que realmente importa.

3) Antes de utilizar crédito, avalie a melhor opção e como vai pagar as prestações. Crédito pode ser uma boa alavanca para construir patrimônio, mas pode arruinar suas finanças se for usado para financiar consumo.

4) Antes de investir, saiba onde quer chegar, estabelecendo metas de curto, médio e longo prazos. Não compre o que você não conhece, não acredite em milagres e não tome decisão baseada em rentabilidade passada.

5) Aprenda, estude e avalie os produtos financeiros antes de comprar. Alguns produtos e serviços são necessários de acordo com seu perfil e momento de vida. Outros não.

6) Identifique seus riscos (vida, acidentes pessoais, saúde, patrimônio etc.) e saiba como protegê-los com seguros. Alguns são baratos e podem proteger você, seus dependentes e seu patrimônio.

7) Tenha foco e disciplina para colocar seu plano em ação. Use o tempo a seu favor e envolva toda a família.

8) Monitore e faça ajustes para acomodar novos objetivos. Casamento, mudança de emprego, mudança de cidade, chegada de filhos, aposentadoria e outros eventos mudam todo o contexto e exigem novo planejamento.

9) Busque ajuda profissional se necessário.


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