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Crédito para casa própria supera pela 1ª vez o de consumo

Mudança é positiva, diz BC, porque famílias estão fazendo dívida que leva a aumento de seu patrimônio

Bancos públicos detêm mais da metade dos empréstimos e previsão é que essa participação aumente ainda mais

RENATA AGOSTINI DE BRASÍLIA

O estoque dos financiamentos imobiliários concedidos às famílias chegou a R$ 314,9 bilhões em agosto, superando pela primeira vez o do crédito pessoal, de R$ 311,5 bilhões, informou ontem o Banco Central.

A ultrapassagem era esperada, diante da elevada taxa de crescimento do crédito para a aquisição e construção de imóveis.

Nos 12 meses findos em agosto, ele avançou 35,1% para pessoas físicas, enquanto o crédito pessoal, que inclui o financiamento com desconto em folha (consignado) e é direcionado ao consumo, aumentou apenas 15,1%.

O apetite pelo crédito imobiliário deve diminuir daqui para a frente, segundo o BC. Mesmo assim, o segmento deve permanecer como a principal fonte de endividamento das famílias, uma mudança de perfil positiva na análise da autoridade monetária.

"As famílias estão constituindo patrimônio e saindo do aluguel. Trocando uma despesa de consumo por uma de investimento", afirmou Tulio Maciel, chefe do departamento econômico do BC.

O endividamento total das famílias chegou a 45,1% em julho, um novo patamar histórico, considerando a série iniciada em janeiro de 2005 pelo BC. O percentual reflete os compromissos das famílias em relação à renda acumulada em 12 meses.

O BC aponta, contudo, que há redução na taxa quando se excluem da conta os empréstimos imobiliários. Nesse cálculo, o endividamento sai de 30,49% em junho para 30,42% em julho.

Além de representar investimento na aquisição de bens, o crédito imobiliário oferece taxas de juros mais atrativas e prazos bem mais longos.

Em agosto, o custo médio dessa linha apresentou leve queda de 0,1 ponto percentual para 8,1% ao ano. No mesmo período, a taxa média de juros com recursos livres --empréstimos concedidos segundo as condições de mercado --chegou a 28%, alta de 0,5 pontos frente a julho.

IMPULSO PÚBLICO

O estoque total de empréstimos no país seguiu crescendo e alcançou R$ 2,6 trilhões em agosto, passando a representar 55,5% do PIB --um ano antes, a proporção era de 51,5%.

Tal avanço tem sido impulsionado pelos bancos públicos. No mês passado, eles aumentaram novamente sua participação no saldo total de crédito do país, chegando a 50,7%, contra 46% um ano antes.

E a proporção deve crescer ainda mais. O BC reviu de 22% para 24% o crescimento da carteira de crédito das instituições estatais em 2013. Em contrapartida, reduziu a estimativa para o aumento do estoque dos bancos privados nacionais de 10% para 6%.

No total, o estoque de crédito fechará o ano com alta de 15%, de acordo com o BC.


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