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Análise

'Efeito dotação' faz pessoa ter apego irracional por seus bens

SAMY DANA ESPECIAL PARA A FOLHA

Ao pensarmos na sabedoria popular de que "a grama do vizinho é sempre mais verde", começaremos a questionar por que as pessoas tendem a superestimar objetos que possuem ou experiências pelas quais passaram.

Quando é nossa vez de nos desfazermos de nossas vivências e memórias físicas, no entanto, enfrentamos o mesmo problema.

Quando vamos reorganizar os armários e temos que doar roupas velhas que não usamos mais, por exemplo, sentimos dó e acabamos por deixá-las lá, prometendo que voltaremos a usá-las no futuro mesmo sabendo que isso não vai acontecer.

Também podemos pensar naquele amigo que tem um relacionamento fracassado, mas insiste em continuar nele pois receia terminá-lo.

Esses exemplos são análogos a um típico medo da perda, mesmo que a mudança seja essencial.

Em ambos os casos, não há motivos para crer que a necessidade não existente no presente -de voltar a usar roupas ou de o relacionamento melhorar- vai se tornar relevante no futuro.

Experimentos econômicos comprovam que, na hora da escolha, as pessoas atribuem mais peso a eventos que lhe causam perdas presentes do que ganhos futuros.

Isso acontece pelo que se conhece como "efeito dotação". As pessoas tendem a criar certa relação afetiva com objetos de sua posse, atribuindo a eles memórias e sensações especiais que associam seu valor a tê-los e não a seu valor real.

Assim, explica-se por que muitos colecionadores de objetos antigos não vendem seus pertences. Não se trata de mesquinharia, mas sim de uma crença irracional de que dinheiro algum pagará seu efeito dotação, pois tudo associado àquele bem lhe traz boas recordações.


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