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'Ninguém vai perder dinheiro se investir no Brasil', afirma Gleisi
Ministra da Casa Civil apresentou concessões brasileiras a investidores estrangeiros em Londres
A empresários, governo diz que economia já dá sinais de se recuperar e que não houve nem haverá quebra de contrato
A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, disse ontem, em Londres, que o crescimento do PIB de 0,9% em 2012 "reflete o passado".
Ela afirmou que setores como a indústria e o agronegócio -que no ano passado encolheram, respectivamente, 0,8% e 2,3%- já dão sinais de recuperação.
"O resultado do PIB era esperado e ele reflete o passado, principalmente a crise que nós tivemos com a indústria. As informações começam a mostrar a recuperação da economia brasileira para os investimentos", disse.
Para o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, o desempenho abaixo de um ponto percentual no ano passado não inviabiliza que o país cresça, em 2013, acima de 3%.
"É perfeitamente factível", afirmou, na capital britânica.
Coutinho afirma que o aumento do número de consultas ao BNDES e da liberação de projetos analisados pelo banco indicam que há aceleração da decisão de investimento pelo empresariado.
Nos dois primeiros meses de 2013, os desembolsos do BNDES atingiram R$ 20 bilhoes - cerca de R$ 5 bilhoes a mais que no mesmo período do ano passado.
A ministra e o presidente do BNDES participaram ontem, na capital britânica, de um seminário sobre infraestrutura no Brasil, em que foi detalhado programa de concessões do governo para cerca de 300 investidores.
A eles Gleisi e Coutinho reiteraram, várias vezes, que o ambiente de negócios no país é favorável porque tem uma estratégia de investimento, um dos maiores mercados consumidores do mundo e regras claras.
Os pronunciamentos procuraram responder a insatisfações de investidores com decisões como a não renovação automática de concessões do setor elétrico ou a política de preços da Petrobras, que levaram a preocupações com a segurança jurídica.
Gleisi defendeu a política de só renovar concessões do setor elétrico para quem aceitou reduzir o preço final da energia e negou que tenha havido quebra de contrato, porque não havia previsão de renovação automática.
Ao enfatizar que o governo está aberto ao crescimento do papel da iniciativa privada no setor de infraestrutura, ela disse que a viabilidade econômica e financeira dos novos contratos é uma preocupação do governo.
"Ninguém vai perder dinheiro se investir no Brasil. Serão 7.500 km de rodovias e 10 mil km de ferrovias [a serem concedidos] e o retorno será compatível com o risco do negócio e a competitividade do operador", disse.