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Brasileiro é revistado para entrar na própria casa

DA ENVIADA A BOSTON

A rotina do brasileiro Peter Missine, estudante de MBA do MIT (Massachusetts Institute of Technology) que vive nos EUA há três anos, desabou desde que as bombas explodiram na maratona, em lugar que pode ser visto da janela de seu apartamento.

A rua Exeter, onde mora, é uma das que cruzam a Boylston, via que ficou famosa nesta semana após o atentado.

Localizado no perímetro que hoje está cercado por bloqueios e tem nas esquinas dezenas de policiais vestidos de colete amarelo, seu edifício teve de ser desocupado.

"Eu estava fora de casa quando tudo aconteceu. Cheguei logo depois. Vi o pânico das pessoas. No andar do meu apartamento, havia uma moça aos prantos", diz Peter, nascido em Belo Horizonte de mãe alemã e pai belga.

Não demorou muito até que começasse a soar o alarme de emergência para que todos deixassem o prédio.

"Foi uma experiência muito nervosa. Peguei uma troca de roupa e documentos e saí. Parecia filme. Vi polícia carregando gente. Tinha ambulância e voluntários. Fui para a casa de amigos."

Missine recebeu recado da empresa proprietária do edifício, dizendo que estava autorizado a voltar anteontem.

Desde então, precisa mostrar documento e tem a mochila revistada todas as vezes em que volta para casa.

Seu jornal não chega de manhã. Vale o mesmo para o correio e os serviços de delivery. Não pode receber visita e já desmarcou compromissos da faculdade.

"Sair e voltar é um problema. As estações próximas estão todas fechadas. Na minha opinião, um policiamento tão forte, que chega a parecer uma guerra, causa mais mal-estar, quando deveria servir para nos ajudar."

A prefeitura não retornou os pedidos de entrevista até o fechamento desta edição.

A Folha visitou o local na manhã de ontem e recebeu avisos de policiais para que não se aproximasse da esquina onde mora Missine.

No mesmo tom amigável com que conversam e até riem com turistas nas ruas, os policiais informaram que os prédios mais próximos do local do atentado ainda estão vazios e que seus moradores devem estar em hotéis. (JC)


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