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Rainha Elizabeth 2ª transfere tarefas ao príncipe Charles

Aos 87 anos e com saúde fragilizada, monarca não irá a reunião de cúpula; Reino Unido debate possibilidade de transição na coroa

BERNARDO MELLO FRANCO DE LONDRES

Aos 87 anos e com a saúde fragilizada, a rainha Elizabeth 2ª começou, enfim, a ceder espaço ao filho mais velho. Recordista de espera pelo trono em toda a história do Reino Unido, o príncipe Charles, 64, ampliou sua agenda pública e passou a assumir tarefas reservadas à mãe.

Em novembro, ele vai substituí-la pela primeira vez na reunião de cúpula dos 54 países que integram a Commonwealth, no Sri Lanka.

A ausência da rainha, inédita em quatro décadas, abriu um debate no Reino Unido sobre a possibilidade de ela ter dado início a uma transição lenta, discreta e silenciosa. Ou seja, bem a seu estilo.

A suspeita de que a sucessão começou foi reforçada no último dia 8, quando Charles vestiu o uniforme militar salpicado de medalhas e acompanhou a mãe em seu compromisso mais importante: o discurso ao Parlamento.

Analistas viram na cena um sinal de que o herdeiro está mais perto do trono. O exemplo poderia vir da Holanda, onde a rainha Beatrix, 12 anos mais nova que Elizabeth 2ª, abdicou em abril em favor do filho Willem-Alexander, 18 anos mais jovem que Charles.

O Palácio de Buckingham diz que a hipótese está descartada, mas a imprensa britânica especula que o príncipe pode ganhar o status de regente caso a saúde da soberana continue a fraquejar.

Dois biógrafos reais, categoria que costuma venerar a monarca, afirmaram à Folha que ela não vai se aposentar.

"A rainha não vai abdicar porque ela fez um juramento perante Deus. É simples assim", disse Robert Hardman, autor do best-seller "Our Queen" ("Nossa rainha").

Hugo Vickers, biógrafo da rainha-mãe, interrompeu a reportagem à primeira menção à saúde da monarca.

"A rainha está ótima. Ela não vai abdicar. Vai reinar até o fim de sua vida e já deixou isso bem claro", afirmou.

Em março, Elizabeth 2ª foi internada com sintomas de gastroenterite e teve que cancelar de última hora uma viagem oficial à Itália. Ela ainda não deixou o país neste ano.

CONFIANÇA

Prestes a virar avô, Charles tem conquistado mais confiança dos futuros súditos, que sempre desconfiaram de sua capacidade de reinar. Nos últimos dois meses, o percentual de britânicos que acreditam que ele será um bom rei saltou de 37% para 50%, segundo o instituto YouGov.

Ele também voltou a ultrapassar o filho mais velho, príncipe William, na preferência dos britânicos para a sucessão. A fatia que acha que a rainha deve abdicar em favor dele ainda é minoritária, mas foi de 23% para 33%.

Antes escondida das solenidades oficiais, a segunda mulher de Charles, Camilla Parker-Bowles, também está cada vez mais em evidência.

Ela o acompanhou na visita ao Parlamento com uma tiara real de diamantes e, nesta semana, visitou a França em sua primeira viagem solo representando a realeza.

A duquesa da Cornuália é a integrante mais impopular da família, porque muitos britânicos a veem como pivô da separação de Charles e da princesa Diana. O palácio não confirma se ela será rainha quando Charles se tornar rei.


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