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Hong Kong serve a interesse chinês e não protege direitos, diz ativista

MARCELO NINIO DE PEQUIM

Se estiverem corretas, as novas denúncias do delator Edward Snowden confirmarão que a população de Hong Kong sofre duplamente com ataques cibernéticos, não só do governo chinês, mas também dos EUA.

A afirmação é de Law Yuk-kai, diretor do Observatório de Direitos Humanos de Hong Kong, organização independente criada em 1995, dois anos antes de a ex-colônia britânica ser transferida para o domínio chinês.

Liberdade vigiada

Snowden tem elogiado demais a liberdade de imprensa em Hong Kong. É verdade que temos uma imprensa internacional vibrante em Hong Kong, que tem menos medo [do governo chinês]. Mas a maior parte da mídia local pertence a pessoas que têm grandes investimentos na China continental. Por isso, não ousam fazer nada contra a vontade da China.

Qualquer notícia constrangedora para a China corre o risco de não ser divulgada apropriadamente. Há um problema sério de autocensura em Hong Kong. Em pesquisa da associação de imprensa de Hong Kong no ano passado, um terço dos jornalistas admitiu fazer autocensura. No judiciário, se a China quiser assumir um caso, pode dar às cortes sua interpretação do que é a lei. Isso significa que a lei é o que diz o órgão político chinês. Portanto, não é um sistema capaz de realmente defender os direitos das pessoas.

Duplo ataque

Nenhum país quer que seus computadores sejam invadidos, que seus telefonemas sejam monitorados e que suas comunicações sejam interceptadas. A população de Hong Kong tem seus computadores hackeados ilegalmente pela China e também pelos EUA, se as informações de Snowden forem corretas. Significa que somos vítimas duplamente. Rejeitamos essas interferências arbitrárias e ilegais, sejam as feitas pela China continental, sejam as dos EUA. Entendemos que é preciso combater o terrorismo, mas há mecanismos internacionais que devem ser respeitados.

Interesse da China

Hong Kong serve aos interesses da China e só Deus sabe o que (Pequim) está pensando. O mais provável é que a China dê carta branca a Hong Kong, porque o caso é constrangedor para os EUA e a China tem interesse em ver esse constrangimento se arrastar.

Um país, dois sistemas?

Essa foi a promessa [de Pequim], mas hoje é apenas uma lembrança desbotada.


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