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E-mail oficial criado pelo Irã provoca desconfiança
Endereço servirá para trâmites do governo
O Irã convidou todos os cidadãos do país a se registrarem para obter um endereço eletrônico oficial que promete facilitar o contato com sites do governo e agilizar pagamentos na internet.
Desde segunda-feira, os iranianos podem se apresentar à agência de correios de seu bairro para formalidades de inscrição visando a criação de um email @post.ir.
O serviço será pago, mas o preço ainda não foi definido.
Também não está claro se a inscrição será obrigatória no país, onde autoridades impõem severas restrições à navegação na internet.
Segundo o Ministério da Informação e da Tecnologia da Comunicação, as caixas de mensagens poderão ser operadas em farsi, inglês, francês e árabe e terão capacidade de até 2MB.
O objetivo declarado é tornar mais eficientes operações on-line como pagamento de contas, transações bancárias e consultas administrativas sobre impostos, por exemplo.
"Com a atribuição de um e-mail para cada iraniano, a interação do governo com a população se fará eletronicamente", afirmou Mohammad Hassan Nami, ministro da Informação e da Tecnologia da Informação.
Mas o serviço é amplamente visto como mais uma tentativa de o regime monitorar seus cidadãos, o que minimiza chances de adesão espontânea ao e-mail oficial.
O governo já tentou criar concorrentes locais aos webmails internacionais, mas os projetos fracassaram.
A maior parte dos iranianos é usuária de serviços como Gmail e Yahoo, que são ocasionalmente bloqueados pelo regime, mas continuam sendo acessados graças a programas antifilitros encontrados no mercado negro.
Redes sociais e sites noticiosos ocidentais, como o da Folha, também só podem ser acessados mediante softwares especiais.
O presidente eleito do Irã, Hasan Rowhani, conquistou a simpatia de muitos iranianos ao fazer campanha prometendo levantar algumas das restrições on-line. Ele assume no dia 4 de agosto.
Metade da população de 75 milhões de iranianos é usuária frequente de internet, um dos maiores contingentes no Oriente Médio.
Em 2012 o regime anunciou planos de criar uma internet nacional desconectada da rede mundial, mas analistas especulam que os efeitos econômicos potencialmente devastadores da medida tornam improvável a implementação.