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Sigla opositora se reergue na Argentina

União Cívica Radical, que já elegeu dois presidentes, se cacifa contra Cristina Kirchner após primária legislativa

Radicais ganharam em províncias onde o peronismo dominava; especialista vê 'exagero' em otimismo do partido

LÍGIA MESQUITA DE BUENOS AIRES

O desempenho da centro-esquerda argentina nas primárias para o Legislativo, realizadas este mês, fez com que líderes da UCR (União Civil Radical) voltassem a afirmar que o partido tem tudo para se consolidar como a segunda força nacional para a eleição presidencial de 2015.

Os radicais já elegeram dois presidentes, Raúl Alfonsín (1983-1989) e Fernando de la Rúa (1999-2001). Ambos renunciaram ao cargo.

"Não pode ser que a sociedade termine apenas escolhendo entre divisões do peronismo. O radicalismo é um espaço de equilíbrio", diz o ex-vice-presidente Julio Cobos, candidato da UCR vencedor das prévias para a Câmara em Mendoza.

Ao lado de aliados de peso, como o Partido Socialista, a UCR venceu em Mendoza, Santa Fé, na capital Buenos Aires, em Catamarca e Corrientes. Também ganhou em Santa Cruz, terra de Néstor Kirchner, e em La Rioja, onde o peronismo não perdia havia 30 anos. E ficou em segundo lugar em outras dez províncias.

O presidente da legenda, Mario Barletta, admite que a campanha bem-sucedida nas primárias está relacionada à rejeição ao governo de Cristina Kirchner. "Mas outro motivo é a recuperação do radicalismo como partido", afirma. "Nos últimos anos, resolvemos questões internas."

Para o ex-ministro da Justiça Ricardo Gil Lavedra, atual líder do bloco de deputados do radicalismo na Câmara, a força da UCR nas primárias dá uma envergadura notável ao partido. "E indica que somos uma alternativa forte dentro do campo não-peronista para 2015", afirma.

María Matilde Ollier, da Escola de Política e Governo da Universidade San Martín, enxerga um "exagero" no otimismo dos radicais. "A UCR pode voltar a ser uma força majoritária com a aliança com o socialismo. Mas não dá para afirmar isso agora. Parece aquele cachorro que estava morrendo e, quando recebe um sopro de vida, acha que está ótimo", diz.

Segundo a cientista política, falta ao partido o elemento principal para competir com o peronismo: um líder. "É preciso uma liderança em um país presidencialista. O populismo está sempre buscando a figura do líder, alguém que atraia a confiança das pessoas."

Para 2015, essa liderança social-democrata poderá ser representada ou por Cobos ou pelo socialista Hermes Binner, ex-governador de Santa Fé e segundo colocado no pleito de 2011.

Binner também disputou as primárias para a Câmara e foi vencedor em Santa Fé. Resta saber se seus partidos continuarão unidos até lá.


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