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Eleição alemã definirá os rumos do combate à crise na zona do euro

Motor econômico do bloco, país vai às urnas para decidir se Merkel segue à frente do governo

Resultado pode levar a coalizão com partido de centro-esquerda, o que afrouxaria exigências sobre países em crise

BERNARDO MELLO FRANCO ENVIADO ESPECIAL A BERLIM

Diante de um cenário incerto nas pesquisas, a Alemanha vai às urnas hoje numa eleição em que um pequeno número de votos poderá ser suficiente para mudar o rumo do combate à crise econômica na Europa.

A chanceler Angela Merkel é favorita para manter o cargo no país que é o motor econômico da Europa e um dos poucos a manter crescimento em meio à crise.

Mas a aliança de centro-direita que a sustenta deve perder a maioria absoluta.

Neste caso, a saída mais provável para a conservadora continuar no poder é uma "grande coalizão" com os rivais de centro-esquerda do SPD (Partido Social-Democrata), que ganhariam poder para influenciar a linha de seu terceiro mandato.

"A principal questão não parece ser se Merkel ficará no poder, mas o tipo de aliança que ela vai liderar", resume Ulrike Guérot, do Conselho Europeu de Relações Internacionais, com sede em Berlim.

O candidato do SPD, Peer Steinbrück, corre por fora e depende do desempenho de legendas menores para surpreender e virar premiê.

O impasse alemão mantém em suspense decisões importantes para a zona do euro, como os próximos passos do resgate a países endividados e a criação de um órgão único para regular os bancos.

Se o prognóstico da "grande coalizão" se confirmar, analistas ouvidos pela Folha dizem que Merkel será forçada a afrouxar as rédeas sobre o bloco e reduzir as cobranças por austeridade.

"Ela terá que moderar o discurso e fazer concessões importantes. Os social-democratas defendem mais ajuda aos países em crise e vão exigir isso para apoiá-la", prevê Carsten Koschmieder, da Universidade Livre de Berlim.

"Com o SPD no governo, Merkel será obrigada a adotar um estilo menos duro na relação com o resto da Europa", afirma Richard Whitman, do centro de estudos britânico Chatham House.

De acordo com a última pesquisa do instituto Forsa, a eleição deve terminar sem um vencedor claro, apesar de a maioria dos eleitores preferir Merkel como chanceler.

A CDU (União Democrata-Cristã) tem 40% das intenções de voto, mas seu principal aliado, o FDP (Partido Liberal-Democrata), segue em queda livre e aparece com apenas 5%. A soma de 45% seria insuficiente para manter a coalizão atual no poder.

Os três partidos de oposição também alcançam 45%, se contabilizados SPD (26%), Verdes (10%) e Partido de Esquerda (9%). Mas Steinbrück promete não se aliar à terceira legenda, comandada por ex-comunistas.

O risco para Merkel será maior caso o FDP não atinja 5% dos votos, o que o deixaria fora do Parlamento.

Se a eleição fosse direta, a chanceler venceria com sobras, por 54% a 28%. Mas as regras do sistema alemão podem exigir o pacto entre rivais. Ainda há cenários alternativos, como uma aliança entre conservadores e Verdes ou até a formação de um governo de minoria.

Apesar de ter colocado toda a Europa em compasso de espera, a campanha deixou o continente em segundo plano. Os candidatos preferiram debater temas domésticos, como a divisão dos investimentos do governo e o aumento da desigualdade.


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