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Choques entre polícia e islamitas matam ao menos 50 no Egito
Mais de 400 apoiadores de presidente deposto foram detidos no dia mais sangrento em 2 meses
Novas manifestações em apoio e contrárias ao presidente deposto do Egito, Mohammed Mursi, terminaram em mais violência ontem.
Pelo menos 50 pessoas morreram e mais de 240 ficaram feridas em confrontos entre os islamitas apoiadores de Mursi e policiais pelo país.
O enfrentamento coincidiu com o feriado em que os egípcios lembraram o 40º aniversário da guerra do Yom Kippur, travada com Israel.
Os islamitas convocaram protestos com o objetivo, na capital, de chegar à praça Tahrir, que estava cercada por forças de segurança. Milhares de pessoas, no entanto, também se concentraram para demonstrar apoio à gestão dos militares na mesma praça, que foi sobrevoada por caças da Força Aérea.
Em diversos bairros do Cairo, manifestantes atiraram coquetéis molotov na polícia, que respondeu com tiros e gás lacrimogêneo.
O Ministério do Interior classificou os protestos como uma tentativa da Irmandade Muçulmana de "arruinar as celebrações e provocar atritos com as pessoas".
Segundo o Ministério da Saúde, a maioria das mortes --cerca de 40-- ocorreu na capital. As outras foram registradas em Beni Suef e na província de Minia, ao sul. A maior parte dos corpos apresentava ferimentos a bala.
Em todo o país, 423 apoiadores de Mursi foram detidos, segundo o governo.
Autoridades tinham alertado no dia anterior que qualquer um que protestasse contra as Forças Armadas poderia ser visto como um "agente de forças estrangeiras".
Este foi o dia mais sangrento no Egito desde 14 de agosto, quando autoridades egípcias atacaram dois acampamentos pró-Mursi no Cairo, deixando centenas de mortos.