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Análise

Republicanos têm as cartas na mão na briga sobre abismo fiscal

HEIDI MOORE DO "GUARDIAN"

O abismo fiscal é o pesadelo que todos os americanos temem: 54 dias de discussões maçantes e intermináveis sobre política fiscal e deficit, pontuados por trocas de acusações entre políticos e culminando ou na destruição econômica do país ou com um acordo insatisfatório que não agrada a ninguém nem ajuda a reparar a economia.

O misto tóxico de cortes nos gastos e fim dos tão apreciados incentivos fiscais se aproxima. Como é o caso da maioria das disputas políticas, trata-se não tanto das cifras, mas do que está em jogo para vários setores e de quem terá sua vaidade e sua carteira mais prejudicadas.

Segue um resumo de quem ganha e quem perde nos próximos três meses, independentemente de conseguirmos ou não evitar o abismo fiscal.

Ganha: a liderança republicana, comandada pelo presidente da Câmara, John Boehner, que luta para conseguir cortes nos gastos e reduções nos impostos das pessoas de renda mais alta.

Conseguindo ou não seu intento, os republicanos definem a agenda da disputa. Assim como tiveram as cartas na mão na briga sobre o teto da dívida em 2011, eles é que determinarão por quanto tempo a disputa sobre o abismo fiscal vai durar e até que ponto ela vai ficar feia.

Perde: a economia americana. Não existe um mundo alternativo no qual despencar do abismo fiscal pudesse ser positivo para a recuperação. O Escritório Orçamentário do Congresso estima que as altas de impostos e os cortes nos gastos reduzirão o PIB dos EUA em 4% em 2013.

A Associação Nacional da Indústria Manufatureira faz uma previsão ainda mais sombria: perda de 6 milhões de empregos e desemprego chegando a 11% em um ano.

As possibilidades são um acordo adiantado, na última hora ou atrasado. Mas haverá acordo. Adiantado -ou seja, no início de dezembro- é preferível para os democratas, que controlam Casa Branca e Senado e são os responsáveis óbvios por promover uma virada na economia.

Mas as duas outras opções -na última hora, ou seja, por volta da véspera do Ano Novo, e tarde demais, no Ano Novo- seriam desastrosas para a economia e, por extensão, para os democratas.

Quanto ao Congresso, a confiança nele nunca foi tão baixa, e é improvável que mude durante o cabo de guerra político que se avizinha.

A pior coisa para as negociações do abismo fiscal seria uma eleição que mantivesse o status quo, porque cada partido enxergaria os resultados como confirmação do acerto de suas políticas.

Se as negociações adentrarem o território político egotista, em vez da cooperação, os contribuintes perderão ainda mais fé nas pessoas que enviam a Washington.


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