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Construtora OAS é alvo de protestos ao deixar Haiti

Polícia da ONU resgata funcionários de turba

RENATO MACHADO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PORTO PRÍNCIPE

Funcionários brasileiros da construtora OAS foram retirados na noite de terça-feira de uma região do sul do Haiti após um violento protesto da comunidade local.

Os manifestantes são contra a saída da empresa do país caribenho e, por isso, realizaram diversas ações de protesto e chegaram a tomar alguns equipamentos.

Como a Folha informou em setembro, a OAS parou a construção de uma rodovia no sul do Haiti, alegando falta de ação do governo local para desapropriar áreas. A empresa exigia uma reparação financeira para seguir os trabalhos. Como não houve acordo, decidiu sair do país.

No entanto, a empresa brasileira vem enfrentando dificuldades para retirar equipamentos e desativar canteiros de obras -abertos nos extremos da rodovia sob sua responsabilidade, um trecho de 69 km da estrada que liga Jérémie a Les Cayes (sul).

Os problemas foram maiores em Jérémie, onde vêm ocorrendo protestos frequentes desde segunda-feira. Os moradores se revoltaram contra a retirada dos equipamentos da empresa, pois temem que a obra não seja retomada e que os empregos não seriam recuperados.

Na noite de terça, dia mais violento, cerca de 6.500 manifestantes participaram das ações, com pneus queimados e barricadas nas ruas. Depois, o grupo atirou pedras contra as instalações da OAS e invadiu a área onde a empresa embarcava equipamentos que seriam levados por mar até a capital, Porto Príncipe.

Segundo a UNPol (Polícia das Nações Unidas), foram danificados veículos e alguns equipamentos. "Não houve feridos, mas os manifestantes causaram prejuízos, com a destruição de equipamentos e carros. E também houve o roubo de peças que estavam em uma embarcação", disse Miguel Alston, do escritório de comunicação UNPol.

RESGATE

Segundo Alston, cinco funcionários brasileiros que estavam na embarcação ficaram encurralados e precisaram ser resgatados. "A saída deles estava bloqueada, portanto atuamos para levá-los para um abrigo seguro."

Os funcionários foram levados a um local onde um avião da empresa os esperava para levá-los à capital.

A diretoria da OAS no Haiti foi procurada, mas não quis comentar o assunto. Informou que todos os seus funcionários estão bem e não tiveram ferimentos.

Outro grupo de brasileiros ainda se encontra no outro canteiro de obras da empresa, mas não há protestos lá. Devido ao aumento da intensidade dos protestos, a Minustah (Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti), que é chefiada militarmente pelo Brasil, está encaminhando ao local um pelotão com cerca de 50 militares bolivianos para auxiliar o trabalho da UNpol e da polícia do Haiti.

Analistas afirmam que a retirada dos equipamentos da OAS foi só o estopim para uma crise na região e que por isso parte dos protestos se volta agora contra o governo haitiano -como ocorre atualmente em outras partes do país. A região de Jérémie ainda sofre as consequências da passagem do furacão Sandy, com zonas isoladas.


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