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Cameron critica projeto e nega ter se aliado a Murdoch
DE LONDRESA resistência do primeiro-ministro David Cameron à criação de uma lei para regulamentar a imprensa britânica abriu uma divisão na aliança que governa o Reino Unido desde maio de 2010.
O Partido Liberal-Democrata, que garante maioria ao governo conservador, juntou-se à oposição trabalhista na defesa de um novo órgão com poder para punir os veículos de comunicação.
Numa atitude incomum no Parlamento britânico, o vice-primeiro-ministro Nick Clegg, líder dos liberais-democratas, pediu a palavra para contestar o discurso de Cameron sobre o caso.
"Uma imprensa livre não significa uma imprensa que seja livre para perseguir pessoas inocentes ou abusar de famílias de luto", disse.
A frase deixa clara a preocupação com a opinião pública, que tem demonstrado apoio à regulamentação da mídia em pesquisas recentes. Embora o caso não ponha sua coalizão em risco, Cameron terá que se esforçar para reduzir a tensão com os aliados.
Ontem, convidou Clegg e o líder trabalhista Ed Miliband para discutir o relatório.
O premiê reclamou das acusações de que teria se aliado ao grupo de Rupert Murdoch. "Esta acusação foi repetida várias vezes. O lorde Leveson examinou e rejeitou isso com ênfase."