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Análise

Turbulência mostra que população do Egito recusa volta a passado autoritário

ROULA KHALAF DO “FINANCIAL TIMES”

Ao ver os recentes protestos no Egito você pode ter se perguntado se não ocorreu ali uma revolução.

Felizmente, houve de fato uma revolução no Egito no ano passado. E um dos resultados dela é que as pessoas aprenderam o caminho para a praça Tahrir.

Então, quando o presidente recém-eleito emitiu um decreto dando-lhe enormes poderes e imunidade legal, o povo marchou de volta para o centro de sua revolta anterior.

A mensagem da Tahrir agora é simples: apesar de muitos egípcios quererem a estabilidade e o fim da montanha russa da transição política, eles não vão apoiar o retorno de um regime autocrático.

No dia seguinte das manifestações, Mursi parecia ter percebido que a sua tentativa de neutralizar um hostil tribunal constitucional tinha apenas inflamado mais os sentimentos e aprofundado as divisões no país.

Ele retrocedeu, oferecendo um presente para os liberais.

O painel constitucional declarou de repente seu trabalho concluído e o documento resultante será agora submetido a um referendo. Em seguida, haverá novas eleições parlamentares.

Será que essa nova jogada vai funcionar? Apressar a Constituição poderia agravar o impasse, mesmo se o presidente ganhar o referendo.

Com novas eleições se aproximando, os adversários de Mursi vão tentar converter o descontentamento público em vantagem eleitoral.

Da mesma forma, os islamitas vão começar a mobilizar as ruas e demonstrar o seu próprio, e possivelmente muito maior, poder popular.

O Egito, sem dúvida, está na direção de tempos mais difíceis. Mas nem todos os aspectos da agitação devem ser percebidos como catástrofe.

Essa rodada de turbulência nos diz que os egípcios recusam seu passado autoritário. Nenhum líder, seja islamita ou não-islamita, deve ousar governá-los sem ser questionado.


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