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Obama indica republicano para a Defesa
Chuck Hagel deve enfrentar sabatina dura no Congresso por posições consideradas moderadas por seu partido
Mudanças na cúpula da segurança incluem ainda a indicação de John Brennan para o comando da CIA
O presidente americano, Barack Obama, nomeou ontem seu novo secretário de Defesa, Chuck Hagel, e o novo diretor-geral da CIA, John Brennan.
Ambos precisam ser confirmados pelo Senado, mas já recebem duras críticas da oposição republicana e das próprias fileiras democratas.
Hagel é o nome mais polêmico. Ex-senador republicano e atual professor da Universidade Georgetown, é considerado moderado demais pela linha-dura republicana.
Ex-veterano da guerra do Vietnã, ele foi contrário à invasão do Iraque (fato que o aproximou de Obama no Senado) e ao aumento de tropas no Afeganistão. Opôs-se ainda às sanções contra o Irã, enfurecendo seus correligionários republicanos.
Também já sugeriu que o governo deveria tentar negociar com grupos considerados terroristas pelos americanos, como os islâmicos Hamas, da Palestina, e Hizbollah, do Líbano.
Duas falas dele provocaram oposição instantânea em grupos poderosos em Washington, gerando desconfiança também entre os democratas.
Em 2007, em uma entrevista, ao se referir ao lobby pró-Israel, Hagel deu uma declaração que causou polêmica. "O lobby judaico intimida muita gente no Congresso, mas não me intimida", disse.
Ainda senador, em 1998, foi contra a nomeação do milionário empresário James Hormel como embaixador americano em Luxemburgo.
"Ele é aberta e agressivamente gay, um fator inibidor para o cargo", afirmou à época. O presidente Bill Clinton manteve a nomeação.
Hagel, desde então, pediu desculpas a grupos judaicos e gays por suas declarações, dizendo que foi "insensível".
No novo cargo, além de lidar com a paz no Oriente Médio e gerenciar a presença americana no Afeganistão e no Iraque, ele terá entre suas prioridades os programas nucleares do Irã e da Coreia do Norte e a presença na Ásia diante de uma China mais poderosa.
Bastante menos polêmico, o novo chefão da CIA, John Brennan, é mais criticado pela esquerda do Partido Democrata exatamente pelo oposto de Hagel -por ser linha-dura demais.
Há 25 anos na agência central de espionagem e assessor presidencial de Segurança, Brennan é acusado por críticos de ser complacente com a tortura em interrogatórios da agência durante a "Guerra ao Terror".
Ele também defendeu publicamente os ataques com drones, as aeronaves guiadas por piloto automático, dizendo que o número de vítimas civis é mínimo, algo contestado por diversos observadores internacionais.
Obama defendeu suas indicações dizendo que Hagel e Brennan começaram de baixo e conhecem as bases das instituições que vão comandar. E ainda citou a nomeação do republicano Hagel como exemplo do bipartidarismo que afirma buscar.