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New York Times

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Tolerância atrai turistas para a Tailândia

Por THOMAS FULLER

BANCOC - A tolerância, descobriram os tailandeses, faz bem para os negócios.

Em campanhas recentes de marketing, o governo vem buscando atrair categorias de turistas que, por motivos de sensibilidade política ou por discriminação escancarada, são rejeitados por alguns dos países vizinhos.

Trata-se do único país asiático, afirmam analistas do setor de viagens, que tem uma campanha patrocinada pelo Estado com o tema "Faça como os tailandeses: Seja livre", orientada a turistas homossexuais.

A Tailândia, cuja população é budista por maioria esmagadora, também vem se promovendo como um país no qual comida preparada de acordo com os preceitos islâmicos é facilmente encontrável e onde spas halal oferecem instalações separadas para mulheres e homens. No país, os principais shopping centers têm salas para preces muçulmanas -o que difere dos sentimentos de hostilidade aos muçulmanos na vizinha Mianmar.

Essa postura dá frutos: o número de turistas disparou nos últimos anos, especialmente os de países de maioria muçulmana.

Os 22 milhões de visitantes recebidos no ano passado foram o dobro do nível registrado uma década antes. O turismo propiciou US$ 31 bilhões em receita ao país em 2012, de acordo com o governo.

"Não consigo imaginar um mercado que não receberíamos com satisfação", diz Wisoot Buachoom, diretor do escritório da Autoridade Turística da Tailândia em Chiang Mai.

Malásia e Indonésia, ambos países de maioria muçulmana, proíbem a entrada de israelenses por motivos políticos. A Tailândia, em contraste, há muito tempo é um dos destinos mais populares entre turistas de Israel, atraindo 120 mil deles em 2012.

Entre os vizinhos da Tailândia no Sudeste Asiático -Brunei, Malásia, Mianmar e Cingapura-, algumas ou todas as formas de contato sexual entre homens são ilegais, ainda que as leis quanto a isso sejam aplicadas de maneira frouxa ou seletiva.

A campanha de turismo homossexual da Tailândia começou dois anos atrás, no escritório de promoção de turismo tailandês em Nova York, com o slogan "Vá pela liberdade". "Nosso público-alvo são os turistas gays ricos", diz Steve Johnson, que comandou a campanha de turismo tailandês dirigida aos gays em Nova York.

Em um bar em Silom, bairro de Bancoc popular entre os gays, Alex Cross, um turista australiano que estava visitando a Tailândia com seu parceiro, disse que gostava de visitar o país porque sentia que ali ninguém os julgava.

Na Tailândia, é comum ver casais gays, locais e estrangeiros, caminhando de mãos dadas nos shopping centers e em outros espaços públicos. "Aqui podemos nos expressar", diz.

Bem perto, em uma mesquita perto da margem do rio Chao Phraya, Huzam Kalal, comissário de bordo muçulmano que estava em sua terceira visita à Bancoc, expressou sentimento semelhante. "Não me sinto deslocado aqui."

Os esforços da Tailândia contrastam com os sentimentos de hostilidade aos muçulmanos em Mianmar, onde multidões de budistas mataram dezenas de muçulmanos nos últimos meses.

A Tailândia também enfrentou problemas de violência entre budistas e muçulmanos. Mas Fazal Bahardeen, que classifica destinos turísticos de acordo com sua conveniência e receptividade aos muçulmanos, diz que a Tailândia conseguiu convencer os estrangeiros de que os ataques eram incidentes pequenos e isolados.

Maor Engel, do Centro de Turismo de Bancoc, onde cerca de 90% dos clientes são israelenses, disse que, "em outros países, é comum perguntarem às pessoas o motivo de sua visita ou sobre sua orientação sexual. Aqui, ninguém se incomoda. Basta vir e trazer dinheiro", disse.


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