Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

New York Times

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Barras de ouro entram em portfólios de investimentos

Por PAUL SULLIVAN

Após a crise financeira de 2008, o ouro passou a ser visto por muitos conselheiros como um investimento de tolos. Era algo comprado e guardado no subsolo daqueles que pensavam que sua riqueza estaria em segurança se o mundo acabasse -ou, pelo menos, se os sistemas financeiros e políticos prevalentes desmoronassem.

Era fácil ironizar o hábito. Afinal, o que você compraria com seu ouro se o mundo acabasse?

Havia, também, o grupo dos que enxergavam o ouro como aposta especulativa, algo que ganharia valor à medida que o medo suscitado pela economia global fosse deitando raízes.

Essa já não era uma ideia sem fundamento: o preço do ouro passou de US$ 700 a onça (31,1 gramas) no outono de 2008 para mais de US$ 1.900 a onça no verão do ano passado. Hoje o metal está sendo negociado a cerca de US$ 1.700 a onça.

Estamos falando em ouro real, em barra, em oposição ao ouro financeiro, que é comprado em bolsas de futuros -o que significa que ele existe nos extratos de contas, mas não é palpável.

Dan Tapiero, gerente de portfólios de vários "hedge funds" (fundos de investimentos de alto risco) nas últimas duas décadas, não comprou ouro em barras porque pensou que o mundo estivesse acabando. Ele faz questão de explicar que não guarda ouro em sua casa em Greenwich, em Connecticut. Em vez disso, seu ouro -que hoje representa 25% de sua fortuna líquida- fica guardado em caixas-fortes administradas por profissionais.

Uma dessas caixas-fortes é um prédio de aparência comum e saguão modesto, em Manhattan.

Tapiero olhou para as fileiras de barras de ouro de cem onças (um pouco menos de três quilos) -cada uma mais ou menos do tamanho de um iPhone e valendo cerca de US$ 170 mil- e estimou que lá havia US$ 4 bilhões em ouro, aos preços atuais, empilhados nas estantes metálicas. As barras caberiam no porta-malas de um veículo utilitário esportivo.

Ao imaginar que havia pessoas com interesse em possuir ouro físico, Tapiero e um amigo, Steven Feldman, fundaram uma empresa, a Gold Bullion International, em 2009. Ela permite que as pessoas comprem ouro em barra, que tenham acesso a seu ouro e, se quiserem, que ele seja entregue em suas casas ou qualquer outro lugar. Os clientes vão de executivos-chefes e empreendedores a donas de casa e avôs que compram ouro para seus netos.

Tapiero acha que o ouro deve fazer parte de qualquer portfólio diversificado, porque constitui uma garantia contra uma recessão econômica global e também contra a inflação que muitos preveem para quando as economias se recuperarem.

Mas a probabilidade de o ouro continuar a ganhar valor depende da ascensão da Índia e da China. Nestes países, o metal está sendo comprado, cada vez mais, para exibir o sucesso do comprador, não apenas como investimento.

O World Gold Council (Conselho Mundial do Ouro) patrocina um fundo que possui ouro. As pessoas podem comprar e vender ações no fundo, como fariam com um fundo mútuo que possui lotes de ações.

Outros assessores tradicionais também enxergam um lugar para o ouro em alguns portfólios, mas aconselham que ele não passe de entre 3% e 5% dos portfólios totais, como um ativo de garantia.

Tapiero acha que o ouro vai continuar a ser um bem de valor para ser guardado. "A não ser que aconteça o fim do mundo, será bom contar com o ouro físico", comentou.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página