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Governo vai investigar elo de militares com a tortura
Denúncias envolvem cadetes e soldados
O governo federal vai investigar 23 denúncias de violações de direitos humanos em instalações das Forças Armadas envolvendo principalmente cadetes e soldados.
Resolução da Secretaria de Direitos Humanos, publicada ontem no "Diário Oficial da União", determinou a criação de um grupo de trabalho para apurar casos de maus-tratos e torturas dentro das unidades militares.
Assinada pela ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos), a resolução é de 5 de abril e demorou mais de dois meses para ser publicada.
As 23 denúncias fazem parte de levantamento do Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro, que selecionou casos a partir da década de 1990. Segundo relatório encaminhado em 2001 à Organização das Nações Unidas, 20 casos teriam ocorrido no Rio e os demais no Amapá, São Paulo e Rio Grande do Sul.
"O único caso que foi adiante e virou processo com condenação foi o do meu filho. É muito difícil encontrar pessoas dispostas a denunciar e prestar depoimento", afirma Carmem Lúcia Lapoente da Silveira, que perdeu seu filho Márcio, à época com 18 anos, morto durante um treinamento na Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende, em 1990.