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FHC confirma favoritismo e é eleito para Academia Brasileira de Letras

Ex-presidente é escolhido por 34 dos 39 integrantes da ABL para vaga de João de Scantimburgo

Desempenho eleitoral foi o melhor de sua carreira, brincou o tucano, que presidiu o país entre 1995 e 2002

DO RIO

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, 82, foi eleito ontem para a Academia Brasileira de Letras com 34 dos 39 votos possíveis. Bem-humorado, disse que a vitória foi seu melhor desempenho eleitoral na carreira.

"Não há eleição fácil, mas o resultado foi o melhor", disse o novo imortal, em entrevista à Folha por telefone.

"Não interpreto os votos recebidos em termos políticos, é um reconhecimento do meu trabalho intelectual. Certamente há muitas opiniões políticas discordantes da minha lá e, não obstante, tiveram a generosidade de me aceitar."

A presidente da Academia, Ana Maria Machado, disse que Fernando Henrique "é um intelectual de respeito" e que sua participação se dará nessa esfera. "Não somos uma casa política, somos uma casa de cultura."

Doutor em sociologia e professor emérito da Universidade de São Paulo, Cardoso também lecionou em universidades como Stanford (EUA) e Cambridge (Inglaterra).

Entre suas obras destaca-se "Dependência e Desenvolvimento na América Latina" (1969), com Enzo Faletto.

"Essa eleição é um ato de respeito da Academia Brasileira de Letras à inteligência brasileira. A grande obra de Fernando Henrique Cardoso de sociólogo e cientista dá ainda mais corpo à Academia", disse o imortal Marcos Vilaça, ex-presidente da ABL, em comunicado oficial.

Outros dez candidatos, desconhecidos, disputaram com o ex-presidente a sucessão do jornalista João de Scantimburgo (1915-2013), morto em março deste ano.

Além dos 34 votos em FHC, houve uma abstenção (Ariano Suassuna) e quatro votos em branco --segundo acadêmicos ouvidos pela Folha, entre eles estariam Arnaldo Niskier e Alfredo Bosi.

PARES

Terceiro presidente a integrar a ABL, após Getúlio Vargas e José Sarney, o novo imortal se juntará a dois membros graduados de seu governo (1995-2002): o vice-presidente Marco Maciel e o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Lafer.

Rosiska Darcy de Oliveira, 69, imortal empossada no último dia 15, também participou do governo do ex-presidente, como presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher.

"Não houve nenhuma forma de pressão exercida por mim ou por meus colaboradores. Não fiz campanha, porque acho que é daquelas grandes questões: ou as pessoas acham que você tem mérito ou não acham", disse Fernando Henrique.

O ex-presidente ocupará a cadeira número 36, cujo patrono é o poeta Teófilo Dias (1854-1889) e que teve entre seus ocupantes o diplomata José Guilherme Merquior (1941-1991).

Sua posse deve ser marcada em um prazo de 60 dias a contar da data da eleição.


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