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CPI dos Ônibus do Rio tem 'guerra de claques', pancadaria e 9 prisões

Grupo contesta domínio do PMDB em comissão; Justiça suspende trabalhos por 48 horas

Polícia detém ativistas por lesão corporal e ameaça; jornalistas que cobriam protesto são hostilizados

DO RIO

A segunda sessão da CPI dos Ônibus da Câmara Municipal do Rio começou ontem com uma "guerra de claques" e um calçado arremessado em direção a um vereador e terminou em pancadaria e detenções do lado de fora do prédio, no centro da cidade.

À tarde, a Justiça do Rio concedeu liminar suspendendo por 48 horas os trabalhos da comissão, formada por quatro vereadores do PMDB, partido do prefeito Eduardo Paes, e um da oposição.

As galerias do plenário se dividiram em manifestantes contra e pró-CPI. Quando um lado gritava "não vai ter pizza" e "milicianos", o outro respondia "deixem a CPI trabalhar" e "maconheiros".

A disputa de palavras de ordem praticamente inviabilizou o andamento da sessão.

Constrangido, Chiquinho Brazão (PMDB), presidente da CPI, tinha a voz abafada toda vez que tentava falar. Aviões de papel eram atirados contra os vereadores.

Quando o relator da CPI, Professor Uóston (PMDB), disse, em tom exaltado, que o vereador Eliomar Coelho (PSOL), único integrante da oposição na comissão, teve "uma atitude covarde" ao não participar da sessão, quase foi atingido por um sapato, lançado por uma mulher.

A manifestante que atirou o sapato é a mesma que, detida pelo Batalhão de Choque na segunda, no Catete, ficou sem roupa na rua.

Foi quase impossível ouvir o depoimento do secretário municipal de Transportes, Carlos Osório, que fez uma apresentação da gestão e admitiu falhas no sistema.

Os depoimentos de Alexandre Sansão, ex-secretário de Transportes, e de Hélio Borges, presidente da comissão de licitação das linhas, não duraram mais que dez minutos.

Manifestantes a favor da CPI não quiseram se identificar e disseram estar ali por vontade própria. Um deles era Jéssica Ohana, presidente da Juventude do PMDB, que assumiu o posto recentemente em substituição a Marco Antônio Cabral, filho do governador Sérgio Cabral.

Jovens que acompanhavam a peemedebista cercaram e ameaçaram jornalistas que a identificaram.

Ao saírem da Câmara, pessoas favoráveis à CPI foram hostilizadas por outro grupo. Uma pedra foi atirada, e as pessoas que saíam correram até um rapaz e o agrediram com socos e pontapés. Ele ficou ferido na cabeça.

Os contrários à CPI passaram então a agredir os adversários. Pedras e paus foram arremessados, e jornalistas que se aproximaram foram hostilizados, dessa vez por manifestantes anticomissão.

Nove pessoas foram detidas e autuadas por lesão corporal e ameaça. Em nota, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) reafirmou sua preocupação "com o clima de hostilidade contra a imprensa".

ROCINHA

À noite, cerca de 150 pessoas que protestavam na favela da Rocinha decidiram caminhar até a casa do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, em Ipanema.

O ato foi organizado em protesto contra a morte de jovens, negros, moradores de favelas e pelo pedreiro Amarildo de Souza, 43, visto pela última vez quando saía da UPP da favela, em 14 de julho.

No caminho, pararam em frente à casa de Cabral, no Leblon, onde há um grupo acampado. Até a conclusão desta edição, os manifestantes não haviam chegado à casa de Beltrame.


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